Cautela com as Dificuldades e Transtornos de Aprendizagem na Visão da Neuropsicopedagoga Jossana Bartolazzi Abrindo a Boca para Marco Barcelos.
10/03/2019 15:22 - Atualizado em 10/03/2019 18:42
1 - Jossana Bartolazzi, que é Neuropsicopedagogia?
 
 
A neuropsicopedagogia é uma ciência que estuda como o cérebro aprende , unindo pesquisas da neurociência, psicologia e pedagogia. Dessa forma, busca procedimentos e práticas eficazes para lidar com situações de dificuldades de aprendizagem, que muitas vezes podem estar ligadas à linguagem escrita, tanto na matemática quanto na comunicação, ou até mesmo em transtornos emocionais.
 
 
2 - Jossana Bartolazzi, cada dia que passa percebemos que aumentam os números de crianças com dificuldade de aprendizagem. Como a neuropsicopedagogia pode ajudar nesse processo?
 
 
É preciso ter cautela quando se fala em dificuldade de aprendizagem e em transtornos de aprendizagem, uma vez que o diagnóstico deve ser minucioso e responsável. Uma simples dificuldade de aprendizagem não pode ser confundida com transtorno, o que acarretaria em um protocolo totalmente desfavorável ao aluno. Uma dificuldade de aprendizagem pode ser consequência de vários fatores como a falta de integração da família, infrequência, problemas de cunho social, ou até mesmo, uma metodologia ineficiente por parte do docente. Já os transtornos de Aprendizagem possuem uma incapacidade específica, como matemática, leitura ou escrita, em alunos que apresentam um resultado bem abaixo do esperado em relação ao seu ano de escolaridade.
 
 
3 - Então, quando a família pode começar a se preocupar com a possível dificuldade e como saber se é uma dificuldade ou um transtorno de aprendizagem?
 
 
Boa sua pergunta. A família desde sempre deve acompanhar o desenvolvimento escolar da aluno. Estar atenta às tarefas de casa, traçar uma rotina de estudo e entrar em contato com a escola sempre que perceber algo diferente. As dificuldades começam a ser mais aparentes na fase de alfabetização, por volta dos 6 anos de idade de acordo com a metodologia adotada por cada escola. Porém, alguns comprometimentos no desenvolvimento psicomotor, seja na coordenação motora fina ou grossa, movimento de pinça, lateralidade, noção espacial e temporal, já podem ser observadas na Educação Infantil.
 
 
4 - Jossana Bartolazzi, a partir da percepção de um possível diagnóstico de transtorno, o que a escola e/ou a família devem fazer?
 
 
Cada caso é um caso. Como falei, a interação da família com a escola é essencial nesse processo. Cada situação caberá um proceder diferente. Muitas vezes apenas a ajuda de um pedagogo resolve. Atuei como Orientadora de Estudos no PNAIC (Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa) em uma parceria com a UFRJ, onde pude orientar vários alfabetizadores. Obtivemos um grande avanço nos resultados dos alunos no ciclo alfabetizador apenas com a orientação nos cursos presenciais e acompanhamento nas escolas. Porém, em outros casos será necessário a avaliação e intervenção de um neuropsicopedagogo, outras ainda de um tratamento interdisciplinar, como terapeutas ocupacionais, médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e até mesmo, medicações.

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