Fim da folia em SJB. E como foi?
O Carnaval chegou ao fim na terça-feira (5) para tristeza de muitos e felicidade de outros. São João da Barra mostrou que ainda pode ostentar o título que a Prefeitura tanto divulga, de ter a melhor folia do interior do Estado. Durante os dias de festa, ainda que sem um aviso prévio, o blog ficou sem nenhuma atualização. Agora, cabe um balanço dos principais destaques, que ganharam o noticiário regional.
A polêmica pré-carnavalesca com relação ao fim da festa todos os dias chegou a um consenso entre Prefeitura e Polícia Militar. O acordo foi cumprido e todos os dias o som foi desligado por volta das 3h — teve dia que passou um pouquinho, mas nada que chegasse até a madrugada. Aliás, a atuação da PM foi constante na folia. Até mesmo o atual comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar, Rodrigo Ibiapina, atuou nas ruas da sede durante o Carnaval.
E por falar em segurança, teve um caso que marcou: o assassinato de Wagner Pereira Gonçalves, de 26 anos, na praça São João Batista, atrás das arquibancadas, onde muitas famílias aguardavam para assistir aos desfiles das tradicionais escolas Chinês e Congos no domingo (3). Inclusive, uma pessoa chegou a ser baleada de raspão. A arquibancada fica de frente para o palanque das autoridades. Seria o que pode ser classificado como área mais nobre da avenida.
Nas redes sociais, tentaram, de forma muito equivocada, politizar o crime. Com respeito à família da vítima, o caso é de execução. Não foi uma confusão em que alguém sacou uma arma e atirou. O assassino tinha um alvo determinado e executou o crime. Em uma festa gigantesca como é o caso do Carnaval de SJB, não há como prever uma situação como essa. A prefeita Carla Machado (PP), de forma prudente, suspendeu a programação do domingo. O corpo foi retirado do local após um tempo e chegaram a noticiar que a vítima morreu na Santa Casa. Isso não procede. Quem estava ali sabe que o homem morreu na praça — e até funcionários do hospital, em off, afirmam que a vítima já chegou à unidade hospitalar morto.
Não tem como pegar um caso isolado como foi o de domingo para criticar a atuação da Prefeitura, policias Militar, Civil e Rodoviária, Guarda Civil Municipal e Segurança Privada. Soa até como mesquinharia uma atitude como essa. O que tem de acontecer, logo, é a elucidação do crime. E não há dúvidas que a delegada Madeleine Farias está empenhada nisso.
O Carnaval tem outros problemas. Um antigo, e que precisa de solução, é a questão dos atrasos das escolas de samba. Apesar de a concentração do Chinês ter sido marcada para as 21h no domingo, a escola foi entrar na avenida por volta da meia-noite. Por causa do crime, nem chegou a concluir a apresentação. É uma falta de respeito com o público. E enquanto não houver punição por parte da Prefeitura, casos como este continuarão a acontecer. Na terça-feira (5), foi a vez do Congos atrasar, mas muito menos que o Chinês na terça. Teve também escola nova na avenida, foi a estreia da Vila Imperial, na mesma segunda-feira (4) do tradicional bloco Os Indianos. Destaque positivo também para o Bloco dos Mascarados, que vem se consolidando como forte representante dos antigos carnavais, no sábado (2) da folia.
A prefeita Carla Machado já esteve à frente da Prefeitura durante 11 carnavais. O 12º será no ano de 2020. E apesar de todo empenho da secretaria de Turismo, atrasos das escolas de samba não foram os únicos problemas. A iluminação próxima ao palco e na praça de São João Batista não foi das melhores neste ano — no restante da avenida, tudo muito bem iluminado. E falta mais apoio para o Carnaval nas praias. Em Atafona, nem banheiro químico mandaram para o já tradicional Borracha Fraca. Uma multidão também participou do Bloco das Piranhas no Açu. Em Grussaí, a Boneca do Waldir arrastou muita gente. Aliás, a matéria da Prefeitura falava da Boneca e do Bloco do Gordo. Com todo respeito ao bloco, muito elogiado pela organização, quem merece todo crédito pela multidão é a Boneca do Waldir.
Acertos precisam ser feitos, muita coisa precisa melhorar, mas São João da Barra ainda oferece, sem dúvidas, a melhor festa na região. Até mesmo por isso, atrai cada vez mais gente. E talvez esteja na hora até de a Prefeitura pensar toda logística do evento, não deixando o público todo concentrado na Joaquim Thomaz de Aquino Filho.

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    Arnaldo Neto

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