Para Irmã Suraya em seus 60 anos de vida religiosa...
- Atualizado em 14/03/2019 13:36
A maneira como tratamos as pessoas, diz muito mais sobre nós do que os nossos discursos. É o exemplo que educa... Seu exemplo de vida, de ternura, de fé e de olhar sempre à frente do seu tempo, descortinando horizontes, nos faz ser sempre seus eternos aprendizes!
O seu amor pelos jovens e pela Educação Salesiana é exemplo para nós e continua semente que germina, sem fazer alarde. E é assim que nascem as florestas: em profundo estado de silêncio. Quem observar a calmaria que paira sobre o chão, nem imagina a força que está agindo sob a terra. E então o amor e os jovens seguem florescendo, fincando raízes por um mundo mais humanizado, através das suas plantações, Irmã Suraya. Sua lucidez e profundidade nos fazem sempre a pergunta certa, para que então busquemos pela resposta... isto nos faz crescer, nos faz melhores seres humanos e profissionais...
Você nos olha nos olhos... e através de seus olhos, vemos refletir seu empenho diário pela vida, por uma educação inovadora e libertadora, sempre a frente do nosso tempo... E é esse mesmo olhar que nos alimenta e nos alegra... Com você experimentamos o abraço de Deus...
Você dedica grande parte de sua vida a educação e a juventude da nossa Campos dos Goytacazes. Se entregou de corpo e alma ao nosso “Auxiliadora” e aos seus vários projetos que foram crescendo com a contemporaneidade do tempo... Contemporaneidade... palavra que marca muito sua personalidade, pois você sempre alinhou contextos e tempos com a maestria de antever o tempo futuro, isso implica em ter sensibilidade e ousadia para desbravar o novo.
Você é um exemplo de amor ao próximo, de compartilhamento de conhecimento, sabedoria e caráter humanitário a quantos mais possamos atingir.
Suas palavras firmes e macias nos alimentam de esperança. No Evangelho, temos o primeiro milagre de Jesus. Ele não curou um cego, um mudo ou ressuscitou um morto. O que Ele fez foi multiplicar o vinho, sinônimo de alegria.
Seu empenho diário é sempre renovar o amor pela vida, o compromisso com a alegria conosco, desviando e alimentando o nosso olhar para vermos sempre o melhor de cada situação.
“Menina! Que um dia eu conheci criança, me aparece assim de repente. Te carreguei no colo, menina, cantei prá ti dormir...” Menina que nasceu a Rua Direita com o azul do mar da praia de Imbetiba, em Macaé, como cenário a te embalar os sonhos. O azul que sempre nos conduz ao infinito... ao infinito da sua bondade, ao infinito da sua persistência, ao infinito da sua fé, ao infinito da sua coragem e de sua sempre bela juventude... Quando jovem, a caçula dos seus sete irmãos era a graça e alegria do lar de Alzira e Jorge Chaloub... Família Grande, família unida, família cheia de vida... “No conforto do seu lar, há fartura de carinho e a cortina da janela é o luar, mais o sol que bate nela... Basta pouco, pouquinho pra alegrar uma existência singela... É só amor, pão e vinho e um caldo verde, verdinho a fumegar na tigela.”
Em sua juventude aceitou o chamado de sua vocação. Sua sensibilidade religiosa... seu amor à educação e sua identificação com o projeto pedagógico de Dom Bosco, aliados ao desejo de um projeto de serviço a uma causa maior, levaram-na a absolutizar a vida religiosa, missionária em favor da educação da juventude. Ao invés de cruzar os braços, estendeu as mãos aos jovens, as muitas famílias, renunciando o convívio diário com a sua própria família. Mãos que agregam, mãos que escrevem história, mãos que fazem acontecer, que lutam junto com as nossas mãos, que indicam caminhos... Mãos que constroem sonhos... “Sonhar mais um sonho impossível, lutar quando é fácil ceder, vencer o inimigo invencível, negar quando a regra é vender. Sofrer a tortura implacável, romper a incabível prisão, voar num limite improvável, tocar o inacessível chão. É minha lei, é minha questão. Virar este mundo, cravar este chão, não me importa saber, se é terrível demais. Quantas guerras terei que vencer por um pouco de paz. E amanhã se este chão que eu beijei, for meu leito e perdão, vou saber que valeu, delirar e morrer de paixão. E assim, seja lá como for, vai ter fim a infinita aflição e o mundo vai ver uma flor, brotar do impossível chão.”
É uma honra celebrarmos juntos seus 60 anos de vida religiosa.
Que Deus lhe dê muita saúde e paz, que continue a iluminar o seu caminho, para que possamos através de sua luz refletir a nossa existência de eternos aprendizes, pois as mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar... e é este olhar que recebemos da senhora e amorosamente lhe ofertamos.
Com afeto,
Beth Landim

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