Nesta segunda-feira (11), a comunidade católica de Aperibé, noroeste fluminense, vai recolocar a imagem de Nossa Senhora Aparecida no monumento na entrada da cidade. No dia 24 de outubro do ano passado, o monumento de consagração à Nossa Senhora Aparecida foi parcialmente destruído. O crime foi classificado como vandalismo e chocou os moradores da pequena cidade de quase 11 mil habitantes. Os católicos da Paróquia São Sebastião estarão devolvendo a imagem da Padroeira do Brasil numa cerimônia que começa com missa, às 19h, celebrada Monsenhor Leandro de Moraes, vigário geral da Diocese de Campos. Em seguida, haverá uma procissão saindo da Matriz até o monumento que fica num dos acessos ao centro da cidade.
O monumento foi construído pelo Prefeito Flávio Gomes de Souza que aprovou lei municipal decretando a consagração da cidade à Nossa Senhora Aparecida. Adriana Moço ainda recorda o dia e fala da alegria da entronização da santa no local.
— Foi muito triste ver a imagem de nossa Mãe Aparecida destruída por um ato de vandalismo. Mas graças a Deus vamos colocar a imagem no monumento e agradecemos a toda comunidade católica que repudiou esse crime contra um ícone de nossa fé — disse.
O presidente do Museu e Casa de Cultura de Aperibé, Marcelo da Cunha Hungria ressalta a importância do respeito à liberdade religiosa e fala da importância da preservação do monumento dedicado à Padroeira do Brasil e lamenta o crime. Marcelo fala da alegria de ter a imagem entronizada no monumento. “Independente da fé religiosa professada, não é admissível que ainda exista qualquer tipo de perseguição ou preconceito religioso de qualquer espécie. Com tantas informações, um mundo em constante mutação, tantas discussões a cerca de liberdade, uma imagem certamente não deve incomodar ninguém”, lembrou.
— Sempre foi um sonho coletivo dos católicos deste município a imagem de Nossa Senhora Aparecida na entrada principal. E coube ao então prefeito Flavio Gomes de Souza, a pedido do pároco Pe. José Maurício, a construção do monumento. Como terra que acolhe sempre o visitante muito bem, acabou por criar seu slogan “terra de um povo acolhedor”. E, de fato, nunca havíamos passado por uma experiência parecida, que representa ao mesmo tempo desrespeito e intolerância religiosa. Quero acreditar que se trata de um ato de vandalismo praticado por alguém fora de seu juízo perfeito. Dói menos. A reentronização da imagem representa muito, não porque somos idólatras, mas porque representa nossa fé em Deus e em seu Filho Amado Jesus Cristo. Ela é um elo de ligação, que nos convida o tempo todo à reflexão e à oração. Sempre ali, chegando ou saindo nos sentimos acolhidos pela Mãe Maior — completou Marcelo. (A.N.)
