"Uma aventura Lego 2" estreia no Kinoplex
06/02/2019 18:51 - Atualizado em 13/02/2019 17:09
Entre as estreias desta quinta-feira (7) nos cinemas de Campos dos Goytacazes o destaque é o filme “Uma aventura Lego 2”, que, por certo, atrairá o público jovem.
Segundo a crítica, depois da grata surpresa que foi “Uma aventura Lego”, a Warner percebeu o potencial que os pequenos bonequinhos tinham no cinema, quando trabalhados com a devida inspiração para construir histórias cercadas de meta-linguagem que pudessem cativar o público aficionado por cultura pop. Depois de “Lego Batman” e “Lego Ninjago”, eis que chega a esperada sequência “Uma aventura Lego 2” para tentar manter a relevância da empreitada iniciada por Phil Lord e Chris Miller.
Eles possuem uma carreira peculiar em Hollywood. Apesar de seus vários créditos na televisão, a dupla de diretores ganhou espaço com a animação “Tá Chovendo Hambúrguer”, e sedimentaram sua eficiência com comédias em “Anjos da lei”. Mas foi com a surpreendente repercussão de “Uma Aventura Lego” que Lord & Miller abriram as portas da Warner para uma frutífera franquia familiar capaz de causar inveja em muitos estúdios.
No entanto, se “Uma Aventura Lego” conseguiu trabalhar muito bem sua amálgama de referências e propriedades intelectuais à disposição do estúdio, culminando em uma mensagem edificante para espectadores de várias idades, os próximos passos da franquia, com “Lego Batman” e “Lego Ninjago”, tiveram resultados mais mistos. “Lego Batman” conseguiu aumentar ainda mais a exploração de referências da cultura pop, enquanto “Lego Ninjago”, não tão bem servido de propriedades reconhecíveis para aproveitar, precisou depender mais de uma história envolvente e excitante, sem muito sucesso.
“Uma aventura Lego 2”, por sua vez, procura expandir os temas e elementos trabalhados pelo primeiro filme, muito mais do que se propõe a tentar recapturar o deslumbre que conquistou o público, anos atrás. A sequência possui menos referências e inserções de diferentes propriedades, procurando manter-se estimulante por um aumento de complexidade nas composições visuais da animação. Essencialmente, “Uma aventura Lego 2” é um filme com uma identidade já estabelecida, encontrando disposição ainda maior para a lisergia.
O filme acompanha Emmett (Chris Pratt) e seus amigos em um futuro pós-apocalíptico, onde a invasão dos brinquedos fofinhos no final do último filme resultou em uma nova sociedade que precisa conter suas construções espalhafatosas para evitar chamar a atenção deste novo grupo de brinquedos. Tudo se passa, é claro, dentro da imaginação das duas crianças que estão brincando com o conjunto de legos do pai, interpretado por WIll Ferrell no primeiro filme. Os brinquedos fofinhos pertencem a irmã mais nova, enquanto os personagens principais, controlados pelo menino mais velho, retratam a vontade do garoto de se mostrar mais maduro.
Prezando muito a continuidade das tramas estabelecidas no primeiro filme, “Uma aventura Lego 2” é uma sequência propriamente dita em todos os propósitos. Talvez este seja um dos motivos pelos quais o filme não deve ter o mesmo impacto do primeiro. No entanto, o público infantil que vem acompanhando a franquia continua muito bem servido, com a sequência trazendo mensagens que dialogam (e questionam) eficientemente com o que foi apresentado até então. Afinal, tudo é mesmo tão incrível assim?
“Uma aventura Lego 2” é um filme sobre amadurecimento, que procura expor a necessidade de se amadurecer, mas também questiona o valor excessivo que colocamos em cima desta evolução por si só. Para crianças, é uma mensagem que retrata a naturalidade com que mudamos nossas perspectivas conforme crescemos. Mas, ao mesmo tempo, também não devemos deixar de compreender (e aceitar) a simplicidade de onde viemos.
Para os bonequinhos, no entanto, tudo é uma grande viagem psicodélica, com o filme resolvendo levar os protagonistas para uma versão Lego do espaço sideral. “Uma Aventura Lego 2” continua abraçando a ideia de que uma criança possui muito pouco compromisso com aquilo que cria, em meio às brincadeiras, e preserva este que talvez seja o maior mérito do filme: sua inocência.
A evolução da animação é perceptível, com texturas ainda mais realistas (detalhes do cabelo de Emmett), e quadros com ainda mais profundidade em seus mirabolantes cenários. Por conta desta atmosfera especial, há um número ainda maior de luzes coloridas por todos os lados, com o design dos novos coadjuvantes intencionalmente fugindo da estética do primeiro filme.
“Uma aventura Lego 2” não tem a mesma relevância do original, mas continua sendo uma experiência válida para pais e filhos aproveitarem juntos. Os adultos continuarão se divertindo com as referências, enquanto as crianças ainda terão a sensação de ter um filme feito para elas, acima de tudo. Este equilíbrio vem sendo esquecido por muitas animações e filmes infanto-juvenis que se dizem direcionados ao público mas jovem, quando na verdade são feitos para agradar uma geração de “adultos-crianças”. Sem sinal de desacelerar, a franquia ainda possui muito potencial para ser explorado com seu vasto universo. Vida longa à proposta de Lord & MIller.
Também entra em cartaz o filme “Escape Room”. Permanecem em exibição “O menino que queria ser rei”, “Uma nova chance”, “Vidro”, “Como treinar o seu dragão 3”, “Minha vida em Marte”, “Green Book - o guia”, “Creed II”, “Vice” e “WiFi Ralph — quebrando a internet”. (A.N.) (C.C.F.)

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