Anemia
17/02/2019 07:12 - Atualizado em 17/02/2019 10:13
cliquefarma
Acredito que todos saibam, mesmo que ligeiramente o que é anemia. "Sangue fraco" diziam nossos avós. 
A carência de ferro na dieta cotidiana ainda é a principal causa dessa situação metabólica. Mas existem vários outros tipos de anemia, que independem da ingestão desse oligonutriente, quase todas relacionadas a questões genéticas.
A anemia ferropriva, causada pela má ingestão de alimentos contendo ferro, faz com que a capacidade das hemácias levarem oxigênio aos tecidos (cerebral, muscular) seja prejudicada: o indivíduo se sente extremamente cansado e prostrado, como se respirasse na altitude de La Paz (2400 m de altitude), com ar rarefeito. 
O diagnóstico é simples. Um hemograma básico a detecta. Curiosamente, de acordo com dados do Ministério da Saúde (2018), os casos tem crescido de forma inesperada. Ainda mais em uma parcela da população, digamos, mais abastada financeiramente. 
Um adulto jovem necessita em média de 19 mg de ferro diariamente. Obviamente obtido pela dieta (ou  suplementação, injeções...). 
Segundo neurologistas da USP, o número de pessoas buscando tratamento para "desânimo" ou mesmo "depressão leve" e que na verdade apresentavam quadro de anemia cresceu 32% nos últimos 10 anos. 
O tratamento para anemia ferropriva é bem óbvio: aumentar o consumo de ferro na dieta ou a suplementação do mesmo.
A questão aqui é que há dois tipos de ferro na alimentação:
I) Ferro não-heme ou férrico; presente em vegetais e cereais. A sua absorção vai de 2 a 18 % em média. 
II) Ferro Heme ou ferroso; presente em carnes, ovos, pescados. Apresenta absorção cerca de 8 vezes maior que o ferro não-heme. 
Ou seja, pessoas adeptas de vegetarianismo, principalmente veganos devem fazer adaptação na dieta para atingir a taxa necessária de ferro diário. O uso de alimentos ricos em vitamina C ingeridos juntos com vegetais fontes de ferro, aumenta a absorção em 5%. 
Mulheres em idade fértil, que não consomem nenhum tipo de alimento de origem animal, devem ter cuidado especial e, em muitos casos sugerimos o uso de sulfato ferroso e ácido fólico suplementar. 
Uma notícia boa para quem não consome carne vermelha, mas aceita ovos na dieta:
_100 g de gemas (3 a 4 ovos grandes) fornecem 5,8 mg de ferro heme. Todavia o famoso e controverso fígado (bovino, caprino, de peixes ou suíno) apresenta de 10 a 15 mg por 100 g...
Para aqueles que apreciam fígado acebolado com pimentões, anemia ferropriva é uma realidade distante.
Os sintomas de carência de ferro na dieta são conhecidos: apatia, desânimo, prostração, lábios e conjuntiva pálidos, unhas com deformidades e quebradiças, dentre outros. Antes de procurar tratamento para depressão leve ou desânimo constante observe a sua dieta.
"Faça do seu alimento o seu remédio." Hipócrates. 

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    Leonardo Gama

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