Uma prática muito conhecida da milícia e do tráfico na capital estaria ocorrendo em Campos. Uma facção criminosa do Parque Eldorado, em Guarus, estaria cobrando uma taxa para que as vans do transporte alternativo possam circular na localidade. A suposta cobrança do “pedágio” começou a ser divulgada na última semana. A Folha da Manhã já havia recebido informação, de um leitor, sobre prática semelhante em outros bairros de Guarus, às margens da BR 101. A 146ª DP não tem denúncias sobre o fato, mas o delegado Pedro Emílio Braga informou que, a partir desta semana, fará levantamento para averiguar a prática criminosa.

O comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Rodrigo Ibiapia, também disse que a PM ainda não havia recebido a notícia da cobrança de taxa ao transporte alternativo no Eldorado, mas falou que verificará a situação. “Fazemos patrulhamento constante no bairro, mas encaminharei a denúncia à P2 (setor de levantamento do 8º BPM), para verificar se ocorre de fato a prática criminosa de cobrança de pedágio por traficantes”, garantiu o comandante.

O Parque Prazeres — assim como o Santa Clara, Santa Rosa, Eldorado, Bandeirantes, Custodópolis e Codin — está em uma das áreas mais perigosas do interior fluminense, que já foi conhecida como “Faixa de Gaza” entre os policiais e, desde o ao passado, começou a ser comparada até com a Síria, quanto à sensação de insegurança. A presença da polícia tem de ser constante para evitar que o tráfico imponha uma lei paralela. A apuração sobre a existência de um “pedágio” do tráfico tem de ser enfática. Até porque, caso isso realmente esteja acontecendo, a população sai como maior prejudicada, sem acesso ao serviço de transporte.

A crescente criminalidade em Campos não deixa em paz nem a igreja. No ano passado, o padre Élio da Silva Athayde, de 82 anos, foi esfaqueado nas costas dentro do Santuário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Convento Redentorista). Na noite dessa sexta-feira (25), três homens encapuzados, um deles com uma faca, tentaram assaltar a casa paroquial do Santuário de Santo Amaro. O padre Alcemar Pereira da Silva, que estava na residência, chegou a ser ameaçado, mas conseguiu fugir. Os bandidos levaram a chave do carro da paróquia. Nem em teto considerado sagrado pelos católicos alguém está protegido do crime.

Os superpostes da avenida Alberto Lamego, entre a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e o trevo das praias, precisam de uma atenção especial do poder público. A maior parte está com lâmpadas queimadas, tornando o ponto próximo ao Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop) muito perigoso. Vale salientar, ainda, que o movimento nesse trecho é intenso no verão, já que muitos campistas mantêm a rotina de trabalho na cidade, mas depois seguem para as praias no litoral de São João da Barra, onde veraneiam.

Por falar no destino para as praias de São João da Barra, quem pensou que pegaria um trânsito mais leve nesse sábado, na hora do almoço, pôde constatar que muita gente pensou da mesma forma. O tráfego era intenso no sentido Campos-SJB, na BR 356, desde o trevo das praias até a curva de Grussaí. E, diferente dos dias úteis, a pista não estava repleta dos caminhões que seguem, normalmente, para o Porto do Açu. O movimento era de quem ia para a praia mesmo.

Embora tenha muita gente seguindo para as praias sanjoanenses, é bom lembrar que o movimento neste ano está mais dividido. A praia campista do Farol de São Thomé tem atraído grande público todo fim de semana, como há muito tempo não se via. Parte do sucesso é pela parceria da Prefeitura com o Sesc na realização de diversos eventos, como shows e atividades esportivas, dentro da programação do “Alô Farol 2019”. As praias de São Francisco de Itabapoana, conhecidas por serem redutos de mineiros, também atraem muitos campistas.