Ponto Final - Armar a população não parece ser solução
02/11/2018 17:26 - Atualizado em 19/11/2018 14:51
Armar a população?
Não é de hoje que se discute a possibilidade de flexibilizar o Estatuto do Desarmamento. Aliás, esse discurso sempre foi veementemente defendido pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Mas, um caso como o da madrugada de ontem (sábado, 3), em um bar no Alphaville, em Campos, mostra como a possibilidade de uma pessoa despreparada ter arma coloca tantas vidas em risco. Por sorte, um policial, que estava de folga, também estava no bar. Foi ele, armado e preparado para tal, que evitou o que poderia ser mais um homicídio no município. Para isso, teve de atirar no cliente que se desentendeu com o garçom e foi em casa buscar sua arma.
Ponderações
Não parece, nem de longe, ser a solução para a questão da segurança no país armar todo mundo. Pelo contrário, tende a elevar os índices de violência. No caso citado anteriormente, uma briga de bar, tão comum no cotidiano brasileiro, a tendência e se encerrar por ali mesmo e depois, passado o efeito do álcool e de cabeça fria, a maioria “deixa pra lá”. Só que, no calor da discussão, e ainda com uma arma, é praticamente impossível conter alguém. Tanto que, conforme relatado pela polícia, o cliente que voltou armado ao bar ainda efetuou cinco disparos. Por sorte, mais ninguém ficou ferido.
 
 
Atuação do Estado
O que se espera, também com veemência, é que o Estado possa cumprir seu papel e reduzir os índices de violência. O governador eleito Wilson Witzel (PSC) tem um discurso considerado duro nessa questão. Já falou até em snipers para executar quem for visto com fuzil — e tomara que nenhum outro guarda-chuva seja confundido com fuzil, como aconteceu com o garçom Rodrigo Alexandre da Silva Serrano no mês passado no morro Chapéu Mangueira. Agora, Witzel e o senador eleito Flávio Bolsonaro vão a Israel conhecer um modelo de drone equipado com uma arma, capaz de atirar enquanto sobrevoa uma região.
Repercussão
A indicação do juiz federal Sérgio Moro, que comanda as investigações da operação Lava Jato, para o cargo de ministro da Justiça repercutiu na imprensa internacional. Jornais estrangeiros apontam que é uma sinalização de que o Brasil vai intensificar a luta contra a corrupção. Veículos também fizeram críticas à conduta do juiz, dizendo que daria mais peso às acusações de “motivações políticas” na Lava Jato. No The New York Times, um artigo cita que o juiz é visto como agente importante de combate à corrupção, mas ressalta que na reta final das eleições, ações dele beneficiaram o então candidato Bolsonaro.
 
 
Fake news
Pesquisadores e analistas destacaram a relevância e a influência, nas eleições deste ano, da disseminação de notícias falsas (ou fake news, no termo em inglês popularizado no Brasil) pelas redes sociais. Segundo o consultor em direitos digitais que atuou no Conselho Consultivo do TSE sobre Internet e Eleições, Danilo Doneda, as redes sociais e a disseminação de notícias falsas tiveram maior relevância do que se esperava. O Whatsapp foi o “grande diferencial” dessas eleições e teve um papel proeminente, especialmente na reta final.
 
 
Vai começar
Os moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste vão ter de adiantar os relógios. Quando virar de 23h59 para 0h, os ponteiros serão adiantados para 1h. Normalmente, o horário de verão tem início em outubro, mas um pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fez com que a mudança ficasse para novembro. Responsável pelo Enem, que será aplicado amanhã e no próximo fim de semana, o Ministério da Educação (MEC) também pediu a prorrogação do começo do horário de verão, mas foi negado. Para alegria de muitos, e tristeza de outros tantos, fato é que o horário de verão vai vigorar até o dia 16 de fevereiro de 2019.
 
 
Guerra virtual
Navegar nas redes sociais dos moradores de São João da Barra é ter a certeza que a terra de Narcisa Amália é outro planeta quando o assunto é política. Nem bem terminou o pleito de 2018, muitas foram as análises e projeções para 20. Mais que isso, agora virou guerra e cada um quer marcar seu território virtual. Os correligionários da prefeita Carla Machado (PP) estão colocando um tema no perfil da rede social Facebook para mostrar que estão no que chamam de time de “guerreiros”, em alusão ao slogan “mulher guerreira” usado nas campanhas da prefeita. Do outro lado, opositores usam tema pedindo mudança para 2020.
José Renato

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