TSE nega registro a Quaquá e Clarissa Garotinho tem mandato garantido
28/11/2018 10:01 - Atualizado em 28/11/2018 10:35
O segundo mandato como deputada federal de Clarissa Garotinho (Pros) não está mais sob risco. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou, nessa terça-feira (27), o registro de candidatura do presidente do PT no Rio de Janeiro e ex-prefeito de Maricá, Washington Quaquá. Com o registro negado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Quaquá concorreu com uma liminar e foi o mais votado da coligação PT-PC do B (74.175 votos). Se a votação do petista fosse validada e houvesse novo cálculo do quociente eleitoral, Clarissa poderia perder a vaga.
Com 10 vezes menos votos que 2014, Clarissa foi reeleita graças a votação de Otoni de Paula (PSC), da mesma coligação que ela. Otoni recebeu 120.498 votos e “puxou” a filha do casal Garotinho — ela recebeu 35.131 votos. Mas havia o risco de nem assumir o mandato, caso Quaquá revertesse no TSE a situação do seu registro eleitoral.
O presidente do PT fluminense foi considerado inelegível por ter sido condenado pela 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio de Janeiro ao utilizar, quando era prefeito de Maricá, decreto municipal que concedeu, de forma indevida e indiscriminadamente, gratificação de representação de gabinete a mais de cem correligionários e apadrinhados políticos. De acordo com a decisão do TJ, as gratificações, que aumentaram em 100% os vencimentos básicos, foram distribuídas sem qualquer respeito a critérios legais ou administrativos.
Após a decisão do TSE, Quaquá disse ser vítima da mesma “injustiça” que, para ele, persegue o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso desde abril em Curitiba, condenado em segunda instância pela Lava Jato: “Obrigado a todo o povo que me elegeu! Fui eleito com 74 mil votos! Roubaram meu mandato e seu voto, porque dei aumento salarial a servidor! Esse é o Brasil! A mesma injustiça que condenou Lula e o prendeu sem crime e sem provas, roubou meu mandato, dado pelo voto popular! Não me iludo com a injustiça brasileira”.
O processo de cassação do registro de candidatura de Quaquá foi movido pelo seu principal adversário político em Maricá, o deputado federal Marcelo Delaroli (PR). Ele foi vice do senador Romário (Podemos) na disputa pelo Guanabara neste ano. Em 2016, na votação do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), Delaroli era suplente de deputado e assumiria a cadeira caso Clarissa, que, grávida, saiu de licença às vésperas da decisão, pedisse um dia a mais do que os 120 solicitados de afastamento da Câmara dos Deputados.

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    Arnaldo Neto

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