Com 190 homicídios em 2018, Campos vê violência crescer
30/10/2018 09:13 - Atualizado em 12/11/2018 17:39
Violência só cresce
Campos já registrou, só neste ano, segundo dados da Folha, 190 homicídios. Dois deles aconteceram entre o fim da tarde e o início da noite de ontem, em um intervalo de cerca de uma hora, na região de Guarus. O primeiro foi de um jovem de 20 anos, executado em Custodópolis, que faz parte de uma das áreas de conflito mais perigosas do interior fluminense. O outro foi no Parque Rio Branco, onde um agente do Departamento Geral de Ações Sócio Educativas (Degase) foi morto a tiros dentro do seu veículo. No banco de trás do carro estavam a mulher dele e um filho de 5 anos, que não se feriram.
Apostas nas urnas
Os crimes aconteceram no dia seguinte ao resultado das urnas. Jair Bolsonaro (PSL) e Wilson Witzel (PSC) tiveram desempenhos expressivos. E cresceram com discursos voltados para as questões da segurança pública. Dessa forma, ainda que em uma análise muito superficial, é fácil entender o crescimento dos dois no estado do Rio, sobretudo no interior, que há poucos anos não convivia com tantos crimes. Resta saber se eles vão corresponder às expectativas e, mais que isso, focar em ações de segurança que não fiquem só na capital, como ocorreu durante a intervenção federal.
Resposta ao crime
A criminalidade chegou a tal ponto que as pessoas estão com medo até de fazer os registros das ocorrências. Na última quinta-feira, bandidos invadiram uma casa no Flamboyant, fizeram reféns e roubaram joias e dinheiro. A Folha mostrou o fato em matéria publicada na edição do dia seguinte. As vítimas, até então, não tinham feito o boletim de ocorrência. Ontem, durante uma ação da Polícia Militar, no próprio Flamboyant, dois suspeitos foram presos. Não levou nem uma semana para as autoridades policiais darem uma resposta ao crime, que acontece à luz do dia em todo canto da cidade.
Presidente
Após ser eleito com 55% dos votos, Bolsonaro concedeu uma série de entrevistas e fez acenos aos outros 45% dos brasileiros. Depois de uma campanha marcada literalmente por sangue — dele próprio, inclusive — ódio, embates, fake news e pela divisão do país, é obrigação do próximo presidente da República jurar lealdade à Constituição, governar para todos e pacificar o país. A eleição acabou. É preciso descer do palanque e arregaçar as mangas para “mudar tudo isso que está aí” com respeito às instituições. O Brasil tem pressa.
Governador
A exemplo de Bolsonaro, quem terá um enorme trabalho a partir de janeiro e precisará se provar é o governador eleito, Wilson Witzel. Com um discurso duro sobre segurança, o ex-juiz federal disse ontem que a prioridade será a geração de empregos. Além disso, Witzel tem que mostrar na prática como pretende renegociar o Acordo de Recuperação Fiscal do Estado com a União. O governo não tem dinheiro, mas as demandas da sociedade só aumentam com o avanço da violência, desemprego e os problemas na Saúde e Educação. Não haverá margem para testes. O Rio também tem pressa.
Ecos da eleição
A prefeita de São João da Barra, Carla Machado (PP), apoiou os candidatos derrotados Eduardo Paes (DEM) e Fernando Haddad (PT). Nas urnas sanjoanenses, como em todas as cidades da região, os vencedores foram Bolsonaro e Witzel. Nomes ligados à oposição começaram a fazer análise nas urnas, apontando que o desempenho seria reflexo da aprovação a Carla. E como em SJB nem bem termina um pleito e já tem gente pensando no outro, a prefeita também foi para as redes sociais se posicionar. Para ela, tentam surfar na onda Bolsonaro, mas é seu grupo político que dará “mais uma surra de votos nessa oposição medíocre”.
Cenário
Nos bastidores, já havia começado a circular que a prefeita de SJB não seria candidata à reeleição. Porém, ontem, ela afirmou que está repensando e acha que vai entrar na disputa. Carla já foi candidata a prefeita em 2000, 2004, 2008 e 2016. Perdeu somente a primeira, para o então prefeito, Betinho Dauaire. Ela voltou a duelar com Betinho em 2008 e saiu vencedora. Na oposição não há um nome definido para enfrentar Carla. Aliás, nem há unidade, podem surgir vários candidatos. Há quem aposte, inclusive, em mais um embate Machado x Dauaire, mas dessa vez com Bruno (PRP), deputado estadual reeleito, como candidato.

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