Últimas impressões antes da decisão nas urnas
27/10/2018 23:15 - Atualizado em 12/11/2018 17:38
Fechou a boca
A boca do jacaré fechou no Rio de Janeiro. No jargão dos institutos de pesquisa, os gráficos formam o desenho da boca do réptil. E quanto mais acirrada estiver a disputa, mais fechada ela está. A ampla vantagem que Wilson Witzel (PSC) construiu foi embora: o jogo é franco e nenhum resultado é previsível para hoje, na disputa contra Eduardo Paes (DEM). Nos números do Datafolha, Witzel chegou a bater 61% na sondagem de 18 de outubro, caiu para 56% na última quinta-feira (25) e agora tem 53% dos votos válidos. Já Paes, largou com 39%, subiu para 44% e ontem registrou 47%. A diferença que já foi de 22 pontos, agora é só de seis.
Tendências
Não é novidade para ninguém que pesquisas nem sempre refletem o resultado das urnas, mas quem faz análise sabe que todas mostram tendências. E o Ibope também aponta que Paes está em crescimento no Rio de Janeiro. Witzel tinha 60% na primeira pesquisa do instituto divulgada no dia 17 de outubro, caiu para 56% na última terça-feira (23) e agora chegou a 54%. Paes largou com 40% no Ibope, passou para 44% e agora tem 46%. Segundo o instituto, a diferença entre eles caiu de 20 para oitos pontos. No primeiro turno, Witzel não decolou de cara nas pesquisas. Virou nos últimos dias. Agora, teme ser surpreendido da mesma forma.
Partiu para o ataque
O crescimento de Paes no segundo turno tem muito a ver com sua mudança de postura. Líder nas principais pesquisas até a véspera do primeiro, o ex-prefeito do Rio de Janeiro tinha adotado um tom mais ameno na campanha, sem embates. Era vidraça, alvo preferido dos outros concorrentes. Atropelado por Witzel, que foi franco atirador nos debates, Paes partiu pra cima depois de 7 de outubro, quando o ex-juiz federal, até então desconhecido do grande público, passou de pedra à vidraça. Paes, nitidamente, conquistou votos devido ao seu desempenho nos debates, sobretudo no último, da TV Globo.
Poder de decisão
Pelo que apontam as pesquisas, em votos totais, a decisão do próximo governador do Rio de Janeiro está nas mãos daqueles que disseram ainda não saber em quem votar a um dia do pleito. Em votos totais, no Datafolha, Witzel tem 44%, enquanto Paes chega a 40%. Neste levantamento, 7% dos eleitores não sabem em quem votar. A margem de erro, nas duas pesquisas divulgadas ontem, é de dois pontos para mais ou para menos. Outro fator importante neste momento decisivo é a rejeição. Paes lidera no índice negativo do Ibope com 43%. Menos conhecido, Witzel tem 25%. O Datafolha não aferiu a rejeição.
Fechou, mas nem tanto
Na corrida presidencial, o Ibope registrou a menor vantagem de Jair Bolsonaro (PSL) sobre Fernando Haddad (PT) em todo o segundo turno: oito pontos. O peselista tem 54%, enquanto o petista aparece com 46% dos votos válidos. No começo da série, o capitão da reserva do Exército tinha 18 pontos de vantagem. Já na sondagem do Datafolha, a diferença entre os presidenciáveis é de 10 pontos: 55% x 45%. Os dois institutos mostram que Haddad vem ganhando votos nos últimos dias, mas Bolsonaro ainda tem uma vantagem considerável. Uma virada de última hora no país é mais improvável do que no Estado.
Nas alturas
Reflexo de um eleitorado desacreditado no cenário nacional, Bolsonaro e Haddad acumulam taxas de rejeição muito altas. No Datafolha, o capitão da reserva do Exército tem 45%, número alarmante, mas menor que os 52% do ex-prefeito paulistano. Na lógica, para vencer a eleição é necessário 50% dos votos válidos mais um. Só que Haddad tem teto, de 48%, considerando sua rejeição. Nos números do Ibope, a rejeição a Bolsonaro é de 39%, enquanto o petista fica com 44% no índice negativo.
Fora da curva
Ibope e Datafolha apresentaram resultados semelhantes na corrida presidencial. Outras pesquisas apontam as mesmas perspectivas, exceto dois pontos fora da curva. O instituto Paraná, primeiro a detectar a ampla vantagem de Bolsonaro no primeiro turno e o favoritismo no segundo, mostrou na sexta-feira que o líder das intenções de votos tem 61%, ante 39% do petista. O Vox Populi, ontem, em pesquisa encomendado pelo Brasil 247 (site alinhado ao PT), mostrou um empate. É muito menos importante que os rumos do país, mas a sentença das urnas hoje pode mudar, inclusive, as perspectivas com relação às pesquisas eleitorais no Brasil.

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