Ponto Final - Fake news contra Wladimir e semelhanças entre Bolsonaro e Rafael
05/10/2018 12:09 - Atualizado em 08/10/2018 18:35
Campanha sórdida
Em simulação da eleição de domingo entre os profissionais da redação da Folha, cujo resultado foi divulgado dia 1º no blog Opiniões, Marcão Gomes (Rede) foi o candidato a deputado federal com mais intenções de voto: foram sete. Wladimir Garotinho (PRP) foi o terceiro, empatado com Marcelo Mérida (PSD), cada um com duas intenções de voto. Isto posto, sem nenhuma interferência na linha editorial do jornal, cabe a afirmação: os ataques mentirosos que Wladimir vem sofrendo nas redes sociais, nesta reta final da eleição, são sórdidos!
Justiça Eleitoral precisa agir
Diretor financeiro e blogueiro da Folha, Christiano Abreu Barbosa escreveu ontem no seu Ponto de Vista: “Wladimir Garotinho (...) foi alvo de fake news, espalhada através de WhatsApp (...) A falsa notícia é que ele estaria inelegível e seu votos não seriam contabilizados como válidos nas urnas (...) É mentira que Wladimir esteja inelegível. Ele está perfeitamente elegível. E, pela campanha, deve ter uma bela votação no domingo”. A coluna assina embaixo, não sem expressar o desejo e a cobrança para que a Justiça Eleitoral puna exemplarmente os responsáveis por esse crime contra a democracia.
Bolsonaro continua a crescer
O instituto Paraná foi o primeiro a registrar a tendência de crescimento de Jair Bolsonaro (PSL) na reta final da eleição. Na sua pesquisa divulgada no último dia 26, o ex-capitão do Exército apareceu com 31% das intenções de voto, 10 pontos de vantagem sobre Fernando Haddad (PT). Só nesta semana o Ibope e Datafolha registraram o mesmo movimento, não só de crescimento de Bolsonaro, como de estagnação de Haddad. Pelas consultas Ibope de segunda (1º) e quarta (03), o líder teria parado de crescer. Mas entre as Datafolha de terça (02) e ontem (04), o capitão teve outro crescimento real e agora tem 35% das intenções de voto.
Haddad patina
Na Datafolha de ontem, Haddad permaneceu com 22% das intenções de voto. Nas três últimas pesquisas do instituto, ele oscilou no mesmo patamar. Tinha 22% em 28 de setembro, foi a 21% em 2 de outubro e, ontem, voltou aos 22%. Por sua vez, Bolsonaro avança consistentemente em crescimentos reais. Nas mesmas três consultas, ele saiu de 28% para 32% e, dois dias depois, pulou a 35%. A única coisa em que o petista teve crescimento relevante foi na rejeição. Ele saiu de 32% para depois patinar entre 41% e 40% no índice negativo. Está bem próximo do capitão, que estagnou sua rejeição em 45%.
Mais provável
Entre os líderes de intenções de voto e rejeição, a simulação do segundo turno da Datafolha foi Bolsonaro 44% a 43% Haddad. É um empate técnico na margem erro de dois pontos para mais ou menos. Mas com o crescimento consistente do capitão na reta final da eleição, a pergunta mais ecoada é: haverá segundo turno? Ainda é o mais provável, mas o candidato do PSL chegou a 39% dos votos válidos. Ele já é o segundo no Nordeste e lidera em todas as demais regiões. Lidera também entre as mulheres, mesmo acusado de machista e misógino, e avança até entre os mais pobres e menos escolarizados, tradicionais eleitores de Lula.
Antipetismo
Até aqui, o grande definidor do voto desta eleição parece ser o antipetismo. A entrada de Haddad na casa dos 20% de intenções voto, na semana passada, foi o que empurrou Bolsonaro, na semana da eleição, à casa dos 30%. Na Datafolha do dia 2, foi revelado que 59% dos brasileiros querem que Lula cumpra sua condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A maioria expressiva da população considera o ex-presidente culpado. E gritar “Lula livre”, sem fazer autocrítica, só encontra eco entre os já convertidos. Na prática, tem se revelado a maneira mais eficaz de eleger quem melhor encarnou o anti-Lula nesta eleição.
O possível
Muitas são as diferenças entre Jair Bolsonaro e Rafael Diniz (PPS). Mas, entre 2016 e 2018, há semelhança entre campanhas por partidos pequenos, com pouco tempo de TV, calcada nas redes sociais e focada na oposição a um líder complicado com a Justiça. Ao chegar ontem aos 35% das intenções de voto, avançando no eleitorado mais pobre, o crescimento do capitão lembra muito o desempenho do candidato a prefeito de Campos de dois anos atrás. Na última pesquisa Pro4, 7 dias antes do pleito, Rafael bateu 37,7% das intenções de voto. Se Bolsonaro alcançar algo hoje parecido na Paraná, a possibilidade do mesmo desfecho deixa de ser delírio.
José Renato

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