Ex-secretário de Obras diz que propina era tratada no gabinete de Paes
04/10/2018 16:38 - Atualizado em 04/10/2018 19:40
Paes, então prefeito do Rio, com Alexandre Pinto (direita da foto)
Paes, então prefeito do Rio, com Alexandre Pinto (direita da foto) / Reprodução - TV Globo
O ex-secretário municipal de Obras do Rio de Janeiro, Alexandre Pinto, afirmou que houve tratativas de propinas dentro do gabinete do ex-prefeito Eduardo Paes. Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, nesta quinta-feira (4), Pinto disse que houve acerto de 1,75% de propina, por parte da Odebrecht, na obra da Transoeste, que teria custado R$ 600 milhões em sua construção.
Pinto disse a Bretas que estaria com medo, por estar revelando esses esquemas. “Eu tenho medo. A gente mexe com certas coisas”, disse ele a Bretas, frisando que o pagamento de propinas não era exclusividade da secretaria de Obras, mas era coordenado por um grupo de governo, incluindo Paes e outras pessoas com foro privilegiado, o que inclui deputados.
Pinto também disse que o Tribunal de Contas do Município (TCM) ficava com 1% das propinas das obras. Segundo ele, licitações eram direcionadas para privilegiar determinadas empresas.
Representante do Ministério Público presente ao depoimento disse que o MPF vai avaliar se há indícios suficientes para a abertura de investigação contra Eduardo Paes.
O ex-secretário depôs no âmbito da Operação Mãos à Obra, um desdobramento da Lava Jato no Rio.
Atualizado às 19h40 — Em nota ao jornal O Globo, Paes desqualificou as acusações e chamou de “ladrão confesso” o seu ex-assessor: “As acusações do senhor Alexandre Pinto são totalmente mentirosas e confrontam seus próprios depoimentos anteriores, quando nunca mencionou envolvimento meu com quaisquer irregularidades”. De acordo com o candidato, os próprios dirigentes da Odebrecht, que depuseram na Lava Jato, sempre negaram que ele tivesse recebido propina ou vantagem pessoal. O mesmo fizeram os dirigentes de todas as outras empreiteiras investigadas na Lava Jato, diz o prefeito. “Basta ouvir os depoimentos, que desmentem, enfaticamente, qualquer tipo de benefício a mim”.
Fonte: Agência Brasil

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    Arnaldo Neto

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