Ponto Final - Eleição 2018 e reflexo nas urnas de Campos em 2020
29/09/2018 17:15 - Atualizado em 08/10/2018 18:34
Quem tem garrafa vazia?
Na edição da última sexta (28) deste jornal, Murillo Dieguez escreveu em sua coluna algo que parece senso comum: “Na segunda feira, dia 8 (de outubro), começa a arrumação do tabuleiro eleitoral de 2020. Será a hora de conferir quem mostrou ter garrafa vazia para encher, ou não”. Especula-se que a disputa entre os candidatos a deputado federal Marcão Gomes (PR) e Wladimir Garotinho (PRP), nas urnas de Campos daqui a sete dias, será termômetro da eleição a prefeito em 2020. Não só para eles, como para outros candidatos a deputado federal em 2018 — e a terceira via em 2020. São os casos de Marcelo Mérida (PSD) e Caio Vianna (PDT).
Marcão e Wladimir: cenários
No embate particular entre Marcão e Wladimir, nenhum deles terá vida fácil. O presidente da Câmara Municipal de Campos está na coligação PR/Podemos, que deve eleger dois ou três à Câmara Federal. Ele tem chances reais, mas disputa contra outros candidatos fortes, como o deputado estadual Dica e os já deputados federais Alexandre Valle, Luiz Carlos do Chapeu e Altineu Cortes, todos do PR. Já o filho do casal Garotinho só tem o PRP, legenda difícil legada pelo pai, que deve eleger um ou dois deputados federais. Também com chances, ele disputa a(s) vaga(s) com Ricardo da Karol, Deucimar Talon e Marcelle Cozzolino.
Deixa, irmã?
Se conseguir uma cadeira no Congresso Nacional em seu batismo de fogo eleitoral, não é segredo que Wladimir, antes mesmo de tomar posse em 1º de janeiro de 2019, passará a mirar na eleição a prefeito de Campos em 2020. Mas para chegar lá, terá antes que fazer sua irmã, a deputada federal Clarissa Garotinho (Pros), ser mais fraternal e menos “gulosa” na campanha da sua reeleição. E é só perguntar ao deputado federal Paulo Feijó (PR), cumprindo o final do seu quinto e último mandato em Brasília, para saber o quanto foi difícil, em 2014, segurar a “fome” de Clarissa até sobre os eleitores de Campos.
Prévia de 2020
Há anos radicada no Rio, a briga de Clarissa é menos pela reeleição, tida como certa, do que para estar entre os representantes fluminenses mais votados à Câmara Federal. Ela integra esse seleto grupo junto com os deputados estaduais Marcelo Freixo (Psol) e Wagner Montes (PRB), além dos já federais Benedita da Silva (PT), Rodrigo Maia (DEM) e Leonardo Picciani (MDB). Em patamar inferior, Marcão e Wladimir também têm um objetivo além das suas simples eleições. Com o primeiro representando o prefeito Rafael Diniz (PPS) e o segundo, a si mesmo, só os eleitores de Campos serão contabilizados nessa prévia de 2020.
Será?
Isso quer dizer que, se bater Marcão (e Rafael) em Campos, Wladimir passa a ser o favorito na eleição a prefeito? Em julho deste ano, nesta mesma coluna, o presidente do Legislativo goitacá contestava esse raciocínio: “Eleição reflete o momento. Em 2006, por exemplo, Arnaldo (Vianna) ganhou de Pudim para deputado federal. E na eleição seguinte, em 2008, perdeu a prefeito para Rosinha. Já em 2014, Clarissa e elegeu deputada federal, sendo a mais votada em Campos para o cargo. E, em 2016, Rafael venceu para prefeito, ainda em primeiro turno”, disse Marcão.
Mérida e Caio
Na ponte entre 2018 e 2020, Mérida e Caio correm por fora. O primeiro está no PSD, que deve fazer de três a quatro deputados federais, incluindo Hugo Leal, puxador da legenda. Já o filho de Arnaldo está na coligação PSB/PDT, que deve fazer de dois a três à Câmara Federal, puxados por Alessandro Molon (PSB). O desempenho de Mérida irá cacifar, ou não, outro nome a 2020: o empresário Joílson Barcelos. Caio tenta lançar para si mesmo. Ele ganhou fôlego nesta semana, quando finalmente conseguiu o apoio do próprio pai. E foi obrigado a aceitar a dobrada com a madrasta, Edilene Vianna (MDB), candidata a deputada estadual.
Governo Rafael
Quem também corre por fora é José Maria Rangel. Militante do Sindipetro-NF, ele deve ter os votos da militância orgânica petista, mas enfrentará dificuldade para estar entre os seis ou sete deputados federais que o partido deve eleger. Assim como os demais candidatos locais dificilmente farão algo além de contribuir para a nominata das suas legendas. Quase tão certo quanto a reforma administrativa no governo de Campos, como Murillo também adiantou em sua coluna da última quinta, a partir do resultado das urnas do próximo domingo. Se Marcão se eleger, talvez com mais parcimônia. Se Wladimir se eleger, provavelmente a toque de caixa.
José Renato

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