Crescimento de Haddad ameaça Ciro, mas Bolsonaro continua líder
15/09/2018 09:51 - Atualizado em 19/09/2018 18:09
Datafolha aponta ascensão
A semana de pesquisas presidenciais terminou, ontem (14), confirmando as tendências que o mesmo Datafolha apontou na segunda-feira (10): Jair Bolsonaro (PSL) cresceu após o atentado a faca em Juiz de Fora; Fernando Haddad também, depois de o PT defini-lo como substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Preso desde abril, condenado em segunda instância na Lava Jato, Lula foi barrado na Ficha Limpa. Apesar disso, liderava as intenções de voto. Não era possível aferir se conseguiria, da prisão, transferir ao seu “ungido”. Haddad, que patinava em 4% antes de ser lançado oficialmente, começou a semana com 9% e termina com 13%.
 
 
Números consolidados
Bolsonaro fecha a semana no Datafolha com 26%, crescendo positivamente na margem de erro do mesmo instituto com relação à sondagem de segunda. O presidenciável do PSL teve resultados parecidos no Ibope (26%) e Paraná (26,6%). Outros dados semelhantes nas quatro principais pesquisas da semana são relativos a Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede). O tucano estagnou na casa dos 9%, depois de ter batido 10% na Datafolha de segunda. Já a ex-senadora desidrata. Perdeu de vez a segunda colocação nos cenários sem Lula que vinha sustentando desde o período pré-eleitoral.
 
 
Ainda na briga
Com relação a Ciro Gomes (PDT), todos os institutos apontaram que sua candidatura ganhou força quando oficializada a saída de Lula da disputa. Mas, apesar da tendência, as sondagens também apontam uma correlação do crescimento de Haddad à estagnação de pedetista. Consolidado em segundo pelo Datafolha na segunda, com 13%, Ciro também teve bom desempenho no Ibope (11%) e Paraná (12%), sempre em segundo. Na mais recente Datafolha, a de ontem, manteve-se no mesmo patamar, o que é um alerta quando comparado ao franco crescimento, acima da margem de erro, do candidato do PT.
 
 
Potencial
E o empate entre Ciro e Haddad na última Datafolha nem é o primeiro sinal de alerta para a campanha do pedetista. Na qualitativa do mesmo instituto, divulgada segunda-feira, Ciro é um dos candidatos a presidente mais conhecidos (85% afirmam que o conhece). Já para Haddad, o percentual é de 65%. Nesses 35% que não o conhecem, o ex-prefeito de São Paulo pode conquistar voto. Sobretudo na conjuntura de que quem ainda não o conhecia também pode não saber que ele é o indicado de Lula. E se for assim, as pesquisas da próxima semana — Ibope na terça-feira (18); e Datafolha na quinta (20) — já devem demonstrar.
 
 
Caim e Abel
Com o potencial de crescimento de Haddad e o empate na Datafolha, é certo que Ciro vai partir para cima de Haddad, e vice-versa. O percentual de Bolsonaro, no cenário atual, coloca o candidato do PSL no segundo turno. A outra vaga é, pelo que as pesquisas mostram, de Ciro ou Haddad. Eles disputam o mesmo eleitor e, por certo, um tentará desconstruir o outro. E não há outro caminho. É um confronto entre Caim e Abel que, como o Ponto Final anteviu na última terça-feira, as sondagens anteriores sinalizavam que poderia acontecer.
 
 
Embate...
A disputa por votos, que se vê nas ruas, acabou resvalando para as redes sociais, no caso dos candidatos a deputado federal Marcão Gomes (PR) e Wladimir Garotinho (PRP). A polêmica começou com o vídeo de um homem, que seria parente da esposa do presidente da Câmara, e que teria declarado apoio a Wladimir. O caso chegou ao TRE, mas foi negado o pedido para que o vídeo fosse removido. Ontem, Marcão negou que a pessoa fosse seu parente. “Mas, mesmo que fosse, não teria problema o fato de um parente meu ter intenção de votar em outro candidato, porque o voto é livre. Isso não seria vergonhoso”, disse na postagem.
 
 
...nas redes
Marcão acrescentou: “Vergonha eu teria caso algum parente meu fosse um criminoso condenado, que ‘esperneia’ para tentar se manter livre e no poder. O povo de Campos e de todo Estado do RJ necessita de política pautada em idéias”. Wladimir rebateu: “Tenho orgulho dos pais que eu tenho, da história de vida e de luta deles. Luta essa que muitas vezes fez com que pagassem um preço alto por colocarem o dedo na ferida de algumas organizações”. Finalizou, falando de problemas do governo municipal. Enquanto Marcão contra-atacou: “O que fez a irmã, deputada federal? Querem se vingar do prefeito e prejudicam a população”.
 
 
 
 

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