Ponto Final - Em ridículo previsível, Vox Populi mostra que o PT não aprendeu nada
14/09/2018 11:28 - Atualizado em 19/09/2018 18:09
Sem festa
Uma data para não comemorar. Ontem, 13 de setembro, completou um ano que o ex-governador Anthony Garotinho (PRP) foi condenado em primeira instância na Chequinho. A sentença de 9 anos, 11 meses e 10 dias de prisão por 17.515 crimes de corrupção eleitoral, além de associação criminosa, supressão de documento e coação no curso do processo, não foi o pior daquele dia. No 13 de setembro de 2017, ele acabou preso pela segunda vez em função desta operação.
A primeira vez
A primeira prisão por causa da Chequinho foi em 16 de novembro de 2016. Após protagonizar o episódio da ambulância, Garotinho seguiu para hospital particular, passou por cirurgia, até obter decisão favorável do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que substituiu a prisão por medidas cautelares. Até a sentença, foram cenas dantescas, retiradas de advogados, tentativas de recursos. Na segunda prisão, a liberdade, em 27 de setembro, também veio através do TSE.
Três em um
A terceira prisão ocorreu em 22 de novembro do ano passado, mas já no decorrer das investigações da operação Caixa d’água, quando o Estado do Rio de Janeiro teve em um mesmo presídio três ex-governadores. Além de Garotinho, também foi presa na operação, a esposa Rosinha (Patri). Em Benfica também estava o ex-governador Sérgio Cabral (MDB) — este, atualmente, já condenado a mais de 170 anos. Também veio de Brasília, através do então presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, a liberdade.
Oásis libertador
Com certeza, estes são alguns dos motivos que levam o ex-governador a apostar na capital federal como um oásis libertador. A aposta é alta. Certo que, em abril, obteve um respiro nas mãos do ministro Ricardo Lewandowski, que impediu que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) julgasse a Chequinho em segunda instância. Talvez Garotinho tivesse esquecido tantos outros processos, que vagavam, entre recursos, nos corredores da Justiça. Agora, em plena campanha, deu um tempo na agenda e foi visto em Brasília. O que será que foi fazer lá?
Sem respostas
Seis meses depois, as execuções da vereadora carioca Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes continuam sem respostas. A Anista Internacional vem realizando atividades e manifestações questionando as autoridades brasileiras. Em um momento de debate tão acirrado no país, inclusive com atentado a um presidenciável, é mais do que necessária a elucidação. São crimes que, como muitos outros, não podem ficar sem respostas.
Ridículo previsível
Esta coluna alertou nas suas duas últimas edições que a pesquisa presidencial Vox Populi, divulgada ontem, poderia colocar Fernando Haddad (PT) à frente de Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB). Em empate técnico na margem de erro, os três superaram o petista nas consultas Datafolha, Ibope e Paraná feitas nesta semana. Mas o Vox Populi foi além. Mais uma vez contratada pela CUT, braço sindical do PT, o instituto colocou Haddad à frente até de Jair Bolsonaro (PSL), líder isolado em todas as pesquisas, com mais de 10 pontos de vantagem. Mesmo a quem não vota no ex-capitão do Exército, pareceu ridículo.
Eleitor não é gado
Que Haddad tem bom potencial de crescimento, por ser desconhecido e ter o apoio do popular ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é um fato. Mas induzir que isso signifique a unção imediata pelo povo, é desrespeitar a democracia; é tomar o eleitor por gado. Só prova que o PT não aprendeu nada após conduzir o país à pior recessão econômica da história, ter uma presidente deposta por impeachment e ver seu maior líder condenado e preso por corrupção. Conselheiro da candidatura Haddad, Marcos Coimbra é diretor do Vox Populi. Aos campistas, seu instituto lembrou ontem o famigerado Precisão dos tempos de Garotinho.
José Renato

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