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A precariedade de rodovias estaduais que ligam Campos a municípios vizinhos volta a ser alvo de reclamação de motoristas e moradores. Na RJ 158 uma cratera próxima a uma fábrica de sucos está sem conserto há mais de seis meses. Além disso, outros problemas estruturais também foram denunciados. A RJ 216, que liga Campos a Farol de São Thomé, também gerou queixa da população. O Departamento de Estrada e Rodagem do Estado do Rio de Janeiro (DER-RJ) informou que está ciente dos problemas nas rodovias e que vem monitorando as condições de segurança e trafegabilidade.

A RJ 158 é extensa, começa em Campos passa por São Fidélis, Itaocara e vai até Cambuci. Entre Campos e São Fidélis, próximo à antiga fábrica de sucos Bela Joana, um barranco cedeu e arrastou parte da pista. A erosão tomou cerca de oito metros de comprimento do asfalto e a profundidade ultrapassa 20 metros. Apesar de o local estar sinalizado, o risco de afundamento é iminente considerando que, parte do entorno da rodovia já foi uma área pantanosa. O problema já passa de seis meses e até hoje não foi solucionado.

Já em frente a uma empresa de concreto, o motorista Carlos Fagundes, de 46 anos, chamou atenção para dois buracos seguidos que podem provocar acidentes. “Dependendo da velocidade e da profundidade do buraco pode desestabilizar o carro, vindo a capotar, rodar ou sair da pista colidindo com veículos no sentido contrário”, apontou.

Mais à frente, uma cratera dá “boas vindas” ao bairro Santa Cruz. A moradora Valéria Fernandes, de 34 anos, destacou que sequer existe na rodovia uma placa que sinalize o início ao seu acesso. “A falta de sinalização acontece em todo trecho. Algumas placas de quilometragem e quebra-molas você só encontra a partir da localidade de Itereré. Além disso, todos os trechos da estrada estão tomados de buracos e não tem iluminação. A vegetação encobre o acostamento e as poucas placas de sinalização que existem, inclusive a que alerta para a entrada e saída de veículos neste trecho urbano”, pontuou.

Já na RJ 216, sentido Campos/ Farol, o principal problema está nos quebra-molas sem placa de sinalização. Registros foram feitos pela equipe de reportagem próximo à Casa de Cultura José Cândido de Carvalho e na localidade de Campo Limpo.

Logo após o Hospital São José, em Goitacazes, a reclamação também é de buraco na margem da pista. Além disso, um quebra-molas está sem pintura de sinalização. Ainda no mesmo ponto, o motorista Carlos Alberto Barreto, de 27 anos, que seguia sentido a área central, reclamou da falta de sinalização no desvio para o novo acesso que sai em frente ao posto do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), situado no Km 3, no Parque Tropical. “A falta da placa nos deixa confuso. Não sabemos se devemos seguir no mesmo sentido ou fazer o desvio. Se reduzimos a velocidade, repentinamente, para pensar, um motorista pode colidir na traseira do carro”, disse.

As armadilhas das rodovias estaduais do Norte e Noroeste Fluminense também foram abordadas na edição do último dia 7 de abril do jornal Folha da Manhã. Nela, foi relatado que a localidade de Lagoa de Cima vinha trazendo muita dor de cabeça para os moradores da Lagoa e também do Imbé. Cinco meses depois, a situação não mudou.

Todos os acessos, tanto por Santa Cruz, estrada municipal, quanto por Itereré, na RJ 190, ou por Tapera, na RJ 208, estão completamente abandonados, cheios de buracos e muito mato no entorno da pista.

O produtor rural Cristiano Azevedo, de 28 anos, utiliza a estrada todos os dias na rotina de casa para o trabalho e informou que as rodovias estão intransitáveis e precisam de manutenção com urgência. “Não há como chegar a Lagoa de Cima sem passar pelos buracos. Sem contar a falta de iluminação e a vegetação alta. Passar por elas depois das 18h fica ainda mais perigoso”, questionou.

Em nota, a assessoria de comunicação do DER-RJ informou que planeja começar os reparos na RJ 158 em no máximo duas semanas, inclusive com a recuperação do asfalto que cedeu no trecho da fábrica dos sucos. Em relação as RJ 190 e RJ 208, o órgão está finalizando os serviços da cratera na RJ 232 para depois começar a atuar nestas regiões. O departamento, no entanto, aguarda a entrada de recursos para retomar a sinalização da RJ 216.

Já a secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana de Campos informou que “planeja uma ação, junto à superintendência de Limpeza Pública, para recuperação de pontos nas estradas da região de Lagoa de Cima, que são de responsabilidade do município. No último mês, as equipes da secretaria atuaram em diversos pontos da área central, além de localidades e distritos. Áreas com estradas vicinais do município receberam intervenção, incluindo Cambaíba, Matinha, Mantiqueira, Fio, Balança do Jaí, Baltazar, Barra do Jacaré, Beira do Taí, Pasquinho, Espinho, Alto do Elizeu e Venda Nova. Foram cerca de 30 quilômetros de estrada recuperados”, finalizou.