Congresso de Ginecologia e Obstetrícia no Rio

XXII Congresso Mundial da FIGO 2018
Brasil, de 14 a 19 de outubro

Contracepção: a chave para atingir as metas de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas até 2030


A FIgo-Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia faz  o XXII Congresso Mundial FIGO 2018. Nove mil especialistas dos mais diversos países e continentes estarão no Rio de Janeiro, para abordar exaustivamente todos os aspectos da saúde da mulher no mundo 

Serão  relevantes debates sobre o acesso aos contraceptivos modernos; eles são essenciais para salvar vidas e para o desenvolvimento em todos os aspectos. Os investimentos de longo prazo em saúde sexual e reprodutiva de garotas e mulheres podem possibilitar que elas façam escolhas importantes, como quando iniciar vida sexual, casar, ter filhos e quantos, entre outras.

Quando uma mulher tem garantida a prerrogativa de espaçar suas gravidezes, apresenta melhor saúde e resultados sociais, inclusive para suas crianças. O espaçamento de gravidez permite reduções substanciais na morbidade e mortalidade materna e neonatal. Oferece às mulheres tempo para mais cuidados pessoais e com seus filhos, além de potencialmente poder contribuir mais para a sociedade e para a renda da própria família.

“Muitos dos números vergonhosos de mortes maternas são por conta de gravidezes não planejadas. Estas ou acabam em abortos inseguros ou provocam a deterioração da saúde da mulher, ambas situações levando à óbito. Quando gravidezes são planejadas e espaçadas, utilizando contraceptivos modernos, o risco de mortalidade materna reduz, conforme evidenciado em resultados bem-sucedidos do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, item 5; em relação a 1990, a razão da mortalidade materna foi reduzida quase pela metade, sendo que a mais significativa queda ocorreu após 2000”, pontua o Dr Faysal El-Kak, do Conselho Administrativo FIGO, Líbano.

Atualmente, em países de baixa renda, 885 milhões de mulheres em idade reprodutiva querem evitar uma gravidez. O Instituto Guttmacher relata que 23 milhões de garotas com idades de 15 a 19 anos, em regiões em desenvolvimento, possuem uma necessidade não atendida por contraceptivos modernos. Estima que, a cada ano, 21 milhões de jovens com idades de 15 a 19 anos e outras 2 milhões com idades abaixo de 15 anos engravidam.

Cada uma dessas jovens, portanto, provavelmente não irá concluir a educação, tornando-se mais difícil encontrar emprego, fazendo-a mais dependente e muitas vezes mais vulnerável à violência e abuso sexuais. Certamente importantes fatores de impacto sobre a saúde e bem-estar pelo resto de sua vida.

“Globalmente, há 214 milhões de mulheres com necessidade não atendida para contracepção. Isso sinaliza uma desconexão entre o desejo de uma mulher de planejar suas gravidezes e sua capacidade de realmente praticar tal ato. Ume necessidade não atendida pode levar a espaçamento entre gravidezes menor, o que possui um impacto negativo na saúde materna e do recém-nascido, e pode trazer pressão econômica adicional sobre uma família, facilitador para perpetuação do ciclo da pobreza”, pondera a Dra. Anita Makins, Vice-Diretora, PPIUD Initiative, FIGO

“Planejamento familiar salva vidas e ainda mais em países de baixa renda nos quais as necessidades por contraceptivas são enormes, e as taxas de prevalência de contraceptivos são baixas, impactando negativamente as taxas de morbidade e mortalidade materna e infantil. É nesses países com péssimas condições que esforços e recursos devem ser canalizados”, complementa o Dr Faysal El-Kak.

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Privar mulheres de acesso e escolhas a contraceptivos pode, portanto, ter desdobramentos negativos em seu futuro. Reconhecendo isso, em 2015, todos os 193 membros das Nações Unidas se comprometeram a um conjunto de 17 Metas de Desenvolvimento Sustentável (Sustainable Development Goals – SDG) globais ambiciosas, incluindo duas metas únicas:


SDG 3.7:

Até 2030, garantir acesso universal a serviços de cuidados de saúde sexual e reprodutiva, incluindo para planejamento familiar, informações e educações, e a integração de saúde reprodutiva e, estratégias e programas nacionais.


SDG 5.6:

Até 2030, garantir acesso universal a direitos de reprodução e saúde reprodutiva e sexual, conforme acordado em conformidade com o Programa de Ação da Conferência Internacional Sobre População e Desenvolvimento e a Plataforma para Ação de Beijing e os documentos resultados de suas conferências de análise

“O empoderamento da mulher é a chave para alcançar as 17 ambiciosas metas de SDG. A Meta 5 é fundamental para tal efeito. Igualdade de gênero, educação, cuidados com a saúde, e garantir direitos de saúde sexual e reprodutiva contribuem para elevar o status da mulher”, argumenta o Dr. Faysal El-Kak.



Perspectivas regionais

América Latina

Até 2017, havia mais de 24 milhões de mulheres em idade reprodutiva na América Latina e no Caribe com necessidade não atendida para contracepção. Como um resultado, estima-se que ocorram 14 milhões de gravidezes não pretendidas por ano.
Dessas, 46% terminam em aborto, muitas vezes não seguro, uma vez que apenas 3% dos países na região possuem amplo acesso ao aborto legal.


África Subsaariana

Para muitas mulheres jovens da África, gravidez e parto não são nem planejados nem desejados, causando alta e preocupante taxa de fertilidade. De acordo com dados relatados pelo Instituto Guttmacher, 21% das mulheres na África Subsaariana tiveram uma necessidade não atendida para contracepção moderna – a maior proporção no mundo.

Em 2017, 28% das gravidezes em mulheres com idade de 15-49 anos foram não pretendidas e apenas 56% deram à luz em um estabelecimento de saúde.

No entanto, alguns países africanos têm feito avanços rumo aos SDGs. Como o Quênia com o uso de contraceptivos aumentando para 6% e elevando as metas de seu Ministério de Saúde de revisão do planejamento de família.



Congresso Mundial do FIGO 2018, Rio de Janeiro

No próximo mês, mais de 9.000 profissionais de saúde, obstetras e ginecologistas das 130 sociedades de membros nacionais do FIGO (Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia), juntamente com parteiras, enfermeiras, clínicos gerais e outros especialistas que trabalham na área de saúde feminina e suas políticas e tomadores de decisão, NGOs, ONU e OMS irão se reunir no Rio para o Congresso Mundial da FIGO 2018.

O Congresso Mundial do FIGO facilitará discussões vitais com relação a essa importante área, incluindo uma sessão de painel dos especialistas do setor intitulada “Contracepção: a chave para atingir SDGs até 2030”, a Federação Africana de Obstetrícia e Ginecologia (AFOG) falando sobre “Serviços de cuidados com saúde reprodutiva e sexual na África: o passado, o presente e o futuro”, a OMS falando sobre “Melhorando a qualidade de saúde para saúde materna e de recém-nascidos – medinso as experiências das mulheres” e o Instituto Guttmacher falando sobre “Acelerando o progresso: Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos para todos”.

O programa completo pode ser acessado no endereço eletrônico www.figo2018.org.



Sobre FIGO

FIGO é uma organização profissional que une associações obstetrícias e ginecológicas de todos os lugares do planeta.

A visão do FIGO é que as mulheres do mundo alcancem os mais altos padrões possíveis de saúde e bem-estar físicos, mentais, reprodutivos e sexuais durante toda sua vida, nós lideramos as atividades do programa global, com um foco específico na África Subsariana e no Sudeste Asiático.

O FIGO atua em nível global, especialmente em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relativos à saúde reprodutiva, materna, de recém-nascidos, crianças e adolescentes e a doenças não transmissíveis (ODS3). Nós também trabalhamos para aumentar o status das mulheres e capacitar sua participação ativa para alcançar seus direitos reprodutivos e sexuais, incluindo a abordagem de FGM e violência de gênero (SDG5).

Também fornecemos educação e treinamento para nossas Sociedades-Membro e construímos capacidades das pessoas de países com poucos recursos por meio do fortalecimento da liderança, boas práticas e promoção de diálogos políticos.

Nós possuímos relações oficiais com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e um status consultivo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

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