Ponto Final - Intervenção em Campos
18/08/2018 18:24 - Atualizado em 01/09/2018 14:16
Intervenção em Campos
A intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro levou quase seis meses para chegar a Campos, efetivamente, com a megaoperação realizada no último dia 9 em Guarus, região de conflito do município. A delegacia que atende ao subdistrito está entre as que registram mais homicídios no estado, e isso parecia passar despercebido às autoridades. Com direito a 800 homens da PM, Bombeiros, PRF, PF e Exército, além de três carros blindados, a ação não teve grande resultado efetivo. Mas, certamente, deixou o recado de que o Estado também tem estudado os casos da crescente violência no interior.
Caveirão fica
Um dos veículos blindados usados na megaoperação do início de agosto, o modelo Urutu, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), permanece em Campos. O caveirão chegou a ser utilizado na última semana em apoio a ações da Polícia Militar na região que é conhecida como Faixa de Gaza, e que chega a ser comparada com a Síria devido ao alto índice de mortes. Contudo, depois que o caveirão vai embora, os crimes voltam a acontecer. Isso ocorreu na madrugada de quinta-feira, por exemplo, com uma invasão de um grupo armado no Parque Aeroporto. A Polícia Militar prendeu quatro dos envolvidos.
Na prática
A presença do caveirão do Bope nas ruas de Campos é muito mais simbólica do que efetiva. Não houve conflito, ao menos por ora, com criminosos, mas chama atenção ver o veículo que só se via por filmes e nas favelas da capital atuando na planície. O comando da Polícia Militar tem avaliado de maneira positiva tais ações e já vislumbra, inclusive, redução de homicídios na área da mancha criminal do município. Outras ações integradas foram anunciadas nessa semana, com a participação também da Prefeitura. E a integração se faz necessária, e não é de hoje, para tirar Campos dos rankings internacionais de cidades mais violentas do mundo.
Em números
As estatísticas da violência em Campos realmente impressionam. Somente neste mês, até o fechamento desta coluna na noite de sábado, foram nove homicídios registrados, segundo levantamento da Folha da Manhã. No ano de 2018, de janeiro a agosto, a marca é de 151 homicídios. Entre janeiro e agosto de 2017, o município registrou 116 homicídios dolosos, segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Isso mostra que a violência no interior cresceu consideravelmente no município no período da intervenção federal na área da segurança, que completou seis meses na última quinta-feira.
Cotas
A Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) debate nesta segunda-feira o projeto de lei que trata da prorrogação do sistema de cotas para o Ensino Superior do Rio de Janeiro. A audiência pública será às 10h. O texto, que chegou à Alerj em junho passado, tem que ser votado ainda neste ano, já que a legislatura em vigor expira em dezembro. Esse é o segundo dos três encontros que discutirão o tema, também com a presença de representantes dos sindicatos de profissionais da instituição, da reitoria e de alunos, com o objetivo de trazer para o debate os principais protagonistas atendidos por essa política.
Adeus
Morreu nesse sábado, aos 80 anos, Kofi Annan, primeiro negro e representante da África subsaariana a ocupar a Secretaria Geral das Nações Unidas (ONU) e ganhar o Prêmio Nobel da Paz em 2001. Conforme informou a Fundação Kofi Annan, ele morreu depois de uma “breve enfermidade”, em um hospital de Berna, na Suíça, cercado em seus últimos dias por sua segunda mulher, Nane, e seus filhos Ama, Kojo e Nina.
Histórico
Primeiro secretário-geral egresso dos próprios quadros da ONU, Annan serviu dois mandatos, de 1997 a 2006. Seu período à frente da instituição foi marcado por um embate com os Estados Unidos por causa da invasão do Iraque em 2003; pelo fortalecimento dos mecanismos globais de combate à Aids; e pela criação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, depois renovados como Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

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