Ponto Final - Bolsonaro se consolida ao 2º turno, onde só perde para Lula e Marina
15/08/2018 12:42 - Atualizado em 21/08/2018 13:46
Bolsonaro e Marina
A 55 dias das urnas, ontem (14) foi divulgada uma nova pesquisa ao Palácio do Planalto. O instituto RealTime Big Data ouviu 3.200 eleitores, entre os dias 10 e 12, já após o debate da Band no dia 9. Nela, sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro liderou com 21% das intenções de voto. Apesar da grande vantagem sobre Marina Silva (Rede), segunda colocada com 11%, ela é a sua adversária mais perigosa num eventual segundo turno. Se este fosse disputado entre os dois, a ex-senadora bateria o ex-capitão por 41% a 37%.
Projeções de Lula
Nas simulações feitas na pesquisa encomendada pela Rede Record, Marina e Lula são os dois únicos nomes que bateriam Bolsonaro no segundo turno. O ex-presidente também venceria, por 43% a 35%. Mas o líder petista está preso desde 7 de abril, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá. E provavelmente terá o registro da sua candidatura indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela Lei da Ficha Limpa, que ele mesmo sancionou quando foi presidente.
Corrida que conta
Abaixo de Bolsonaro e Marina, mas em empate técnico pelo segundo lugar na margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos, ficaram Geraldo Alckmin (PSDB), com 9%, e Ciro Gomes (PDT), 8%. Eles foram seguidos por Álvaro Dias (Podemos) e Fernando Haddad (PT), virtual substituto de Lula, que alcançaram os mesmos 6%. Com 1% ficaram Guilherme Boulos (Psol) e Henrique Meirelles (MDB). Assim como João Amôedo (Novo), único que não participou do debate da Band.
Capitão consolidado
Na consulta espontânea, 47% do eleitorado estão indecisos, enquanto 12% declaram que votarão em branco ou anularão. Isso evidencia uma disputa ainda em aberto. Neste cenário sem a apresentação dos candidatos, Lula e Bolsonaro lideram em empate técnico, respectivamente com 15% e 13% das intenções de voto. O que sinaliza como parecem consolidados os votos do ex-capitão. De fato, tudo parece indicar que ele caminha ao segundo turno, a não ser que Alckmin e Amôedo avancem bastante sobre o numeroso eleitorado do antipetismo.
Herdeira lulista
O fato de Marina ter ficado com 8% na pesquisa estimulada com Lula, chegando a 11% quando o ex-presidente não é posto entre as opções, evidencia também como sua ex-ministra do Meio Ambiente herda parte considerável dos seus votos. Ela ganha três pontos percentuais apenas em cima dos órfãos de Lula, metade dos 6% de Haddad, vantagem a ser considerada na briga direta com Ciro e Alckmin, na disputa do primeiro turno. Mas é no segundo que parecem residir as melhores chances da candidata da Rede.
Rejeição
Marina apresentou a segunda menor rejeição entre todos os presidenciáveis, com 38%, atrás apenas de Haddad (37%). Mas o candidato estepe do PT já virou alvo das delações da sua ex-marqueteira, Mônica Moura, relativas a doações ilegais da Odebrecht à campanha a prefeito de São Paulo, em 2012. A maior rejeição é de Lula, com 54%, em empate técnico com Bolsonaro (51%). Os dois são seguidos no índice negativo por Guilherme Boulos (Psol) e Henrique Meirelles (MDB), ambos com 49%; Cabo Daciolo (Patri), 44%; Alckmin (43%) e Ciro (42%).
Segundo turno
Nas simulações de segundo turno, além de vencerem Bolsonaro, Lula e Marina os dois também bateriam Alckmin: o ex-presidente por 43% a 31%, enquanto sua ex-ministra levaria por 38% a 31%. O ex-capitão também ganharia do tucano (39% a 35%), além de Ciro (38% a 33%) e Haddad (39% a 25%). Alckmin só ganharia de Ciro, por 35% a 30%. Sem Lula e com Bolsonaro, Marina parece repetir Mário Covas (PSDB) na campanha presidencial de 1989, que tinha vitória sobre todos os candidatos projetada no segundo turno. Só que não chegou lá.
José Renato

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