A 55 dias das urnas, ontem (14) foi divulgada uma nova pesquisa ao Palácio do Planalto. O instituto RealTime Big Data ouviu 3.200 eleitores, entre os dias 10 e 12, já após o debate da Band no dia 9. Nela, sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro liderou com 21% das intenções de voto. Apesar da grande vantagem sobre Marina Silva (Rede), segunda colocada com 11%, ela é a sua adversária mais perigosa num eventual segundo turno. Se este fosse disputado entre os dois, a ex-senadora bateria o ex-capitão por 41% a 37%.
Projeções de Lula
Nas simulações feitas na pesquisa encomendada pela Rede Record, Marina e Lula são os dois únicos nomes que bateriam Bolsonaro no segundo turno. O ex-presidente também venceria, por 43% a 35%. Mas o líder petista está preso desde 7 de abril, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá. E provavelmente terá o registro da sua candidatura indeferido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela Lei da Ficha Limpa, que ele mesmo sancionou quando foi presidente.
Corrida que conta
Abaixo de Bolsonaro e Marina, mas em empate técnico pelo segundo lugar na margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos, ficaram Geraldo Alckmin (PSDB), com 9%, e Ciro Gomes (PDT), 8%. Eles foram seguidos por Álvaro Dias (Podemos) e Fernando Haddad (PT), virtual substituto de Lula, que alcançaram os mesmos 6%. Com 1% ficaram Guilherme Boulos (Psol) e Henrique Meirelles (MDB). Assim como João Amôedo (Novo), único que não participou do debate da Band.
Capitão consolidado
Na consulta espontânea, 47% do eleitorado estão indecisos, enquanto 12% declaram que votarão em branco ou anularão. Isso evidencia uma disputa ainda em aberto. Neste cenário sem a apresentação dos candidatos, Lula e Bolsonaro lideram em empate técnico, respectivamente com 15% e 13% das intenções de voto. O que sinaliza como parecem consolidados os votos do ex-capitão. De fato, tudo parece indicar que ele caminha ao segundo turno, a não ser que Alckmin e Amôedo avancem bastante sobre o numeroso eleitorado do antipetismo.
Herdeira lulista
O fato de Marina ter ficado com 8% na pesquisa estimulada com Lula, chegando a 11% quando o ex-presidente não é posto entre as opções, evidencia também como sua ex-ministra do Meio Ambiente herda parte considerável dos seus votos. Ela ganha três pontos percentuais apenas em cima dos órfãos de Lula, metade dos 6% de Haddad, vantagem a ser considerada na briga direta com Ciro e Alckmin, na disputa do primeiro turno. Mas é no segundo que parecem residir as melhores chances da candidata da Rede.
Rejeição
Marina apresentou a segunda menor rejeição entre todos os presidenciáveis, com 38%, atrás apenas de Haddad (37%). Mas o candidato estepe do PT já virou alvo das delações da sua ex-marqueteira, Mônica Moura, relativas a doações ilegais da Odebrecht à campanha a prefeito de São Paulo, em 2012. A maior rejeição é de Lula, com 54%, em empate técnico com Bolsonaro (51%). Os dois são seguidos no índice negativo por Guilherme Boulos (Psol) e Henrique Meirelles (MDB), ambos com 49%; Cabo Daciolo (Patri), 44%; Alckmin (43%) e Ciro (42%).
Segundo turno
Nas simulações de segundo turno, além de vencerem Bolsonaro, Lula e Marina os dois também bateriam Alckmin: o ex-presidente por 43% a 31%, enquanto sua ex-ministra levaria por 38% a 31%. O ex-capitão também ganharia do tucano (39% a 35%), além de Ciro (38% a 33%) e Haddad (39% a 25%). Alckmin só ganharia de Ciro, por 35% a 30%. Sem Lula e com Bolsonaro, Marina parece repetir Mário Covas (PSDB) na campanha presidencial de 1989, que tinha vitória sobre todos os candidatos projetada no segundo turno. Só que não chegou lá.