Coreia do Norte continua desenvolvendo programa nuclear, diz ONU
04/08/2018 15:30 - Atualizado em 10/08/2018 19:00
Kim Jong
Kim Jong / Divulgação
A Coreia do Norte continua desenvolvendo programas nucleares e de mísseis apesar do compromisso assumido, em junho, com os Estados Unidos. A conclusão está em um relatório confidencial das Nações Unidas que foi revelado neste sábado (4) pela imprensa americana.
O estudo mostra ainda que os norte-coreanos estão violando as sanções econômicas internacionais impostas ao país. O documento de 62 páginas foi elaborado por analistas independentes que apresentam seus resultados a cada seis meses ao Comitê de sanções à Coreia do Norte do Conselho de Segurança da ONU.
Para a CNN, o relatório da ONU parece confirmar as notícias publicadas pelo jornal "The Washington Post" há poucos dias, que sugeriam que o Serviço de Inteligência dos EUA tinha encontrado novas informações, incluindo imagens de satélite, que mostravam que a Coreia do Norte poderia estar em processo de construção de novos mísseis.
O relatório da ONU vem a público no momento em que o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, está em Singapura para uma reunião ministerial da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
Nesse fórum, ele o afirmou que defende que se mantenha a pressão diplomática e econômica sobre Pyongyang enquanto o país não der passos concretos para desmantelar seu programa nuclear - compromisso firmado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un, durante encontro com o presidente americano, Donald Trump. “Estou otimista em nosso sucesso, mas todos sabemos que vai levar tempo", observou.
Armas
Os observadores constataram violações às proibições das exportações norte-coreanas de carvão, ferro, mariscos e outros produtos, que geram milhões de dólares em receitas ao regime de Kim Jong-un.
O documento aponta ainda que a Coreia do Norte recorreu a um "aumento maciço" de transferências ilegais de produtos petrolíferos no mar para driblar as sanções da ONU e contratou um agente sírio para vender armas ao Iêmen e à Líbia.
O texto menciona o traficante de armas sírio Hussein Al-Ali que ofereceu uma gama de armas convencionais e, em alguns casos, mísseis balísticos produzidos na Coreia do Norte a grupos armados.
A transferência de produtos petrolíferos a tanques norte-coreanos continua sendo "um método primário de evasão de sanções" que envolve 40 navios e 130 empresas associadas, descreve a ONU.
Estas violações fizeram com que a última bateria de sanções à península coreana se tornasse "ineficaz", afirma o documento.

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