Dúvidas após ação no Shopping Popular Michel Haddad
Matheus Berriel 19/07/2018 21:39 - Atualizado em 23/07/2018 14:03
Na manhã da última quarta-feira (18), o Shopping Popular Michel Haddad foi alvo de uma operação contra pirataria. Cinquenta policiais civis do Rio de Janeiro atuaram no camelódromo, que funciona em estrutura provisória desde março de 2014, quando começou a obra do novo espaço. Nessa quinta-feira, a reportagem da Folha da Manhã esteve no local e ouviu os permissionários, que aguardam há mais de quatro anos pela conclusão da obra.
Quando deslocou os camelôs para o espaço atual, no Parque Alberto Sampaio, a gestão passada deu prazo de um ano e oito meses para a conclusão da obra, ou seja, até novembro de 2015. O investimento do projeto seria de R$ 9.985.938,34. Em meados de 2016, já com o prazo inicial ultrapassado, a previsão foi estendida para dezembro. Porém, a gestão da ex-prefeita Rosinha Garotinho, terminou sem que a obra fosse concluída. No início da atual gestão, em 2017, o prefeito Rafael Diniz citou as dificuldades financeiras enfrentadas pelo município como motivo para que a mesma não tivesse continuidade naquele momento.
Ontem à tarde, quando a Folha esteve no local, não havia ninguém trabalhando na obra. O espaço onde funcionava o antigo camelódromo está servindo de estacionamento para motos e de abrigo pessoas em situação de rua, enquanto os camelôs deslocados reclamam da diminuição das vendas e estrutura do espaço provisório.
— Aqui, nós não temos acesso ao povo, porque é subida e descida de uma ponte. A travessia para os pedestres é péssima. Lá, a circulação era melhor. Fora que, quando chove, aqui entra água até a metade das nossas bancas — reclamou Mara Santos, dona de uma banca de roupas.
Por trabalhar como camelô há 27 anos, Paulo Renato Gama Pedrosa é um dos líderes dos permissionários nas reivindicações. Segundo ele, há negociações em andamento com representantes da Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos (Codemca).
— Graças a Deus, a gente está tendo um bom diálogo. Estou direto em contato com a Codemca para ajudar o pessoal do camelódromo. A gente está trabalhando para melhorar para os permissionários e, futuramente, voltar ao antigo local — afirmou.
Por meio de nota, o secretário de Infraestrutura e Mobilidade Urbana, Cledson Bitencourt, informou que “a obra do Shopping Popular foi iniciada em março de 2014 com previsão inicial de ser concluída em 120 dias e que foi encontrado um débito de aproximadamente R$ 2 milhões com a empresa responsável pela obra. A previsão de retomada seria para este ano ainda, contudo, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ/RJ) determinou o bloqueio de R$ 22 milhões na conta da Prefeitura de Campos, referente ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e todo planejamento de gestão está sendo revisto. O valor correspondente à parte da dívida dos precatórios judiciais devidos pelo Município, em 2016 e anos anteriores, que totaliza R$ 68 milhões, o que pode impactar na retomada de algumas obras e serviços básicos”.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS