Esta semana a cidade de Campos foi assolada por uma verdadeira tempestade de “neve negra”. Não relacionada à frente fria, mas à queima de canaviais, prática danosa à própria cultura da cana, ao meio ambiente, e à saúde humana.
Com as queimadas, que liberam para a atmosfera gases de efeito estufa como dióxido de carbono, óxido nitroso, metano e a fuligem, crescem geometricamente os casos de problemas respiratórios. Além de tudo isso, e da sujeira da fuligem irritar, fazer mal, e dar trabalho aos campistas, ela é um péssimo cartão de visitas para o município.
Coagro diz que faz a sua parte
Diante dos questionamentos dos campistas, o Somos Online ouviu Frederico Paes, presidente da Coagro, responsável pela maior indústria sucroalcooleira da região, a Usina Sapucaia. Segundo ele, “A Coagro possui 10 colheitadeiras para colher cana sem queima. Sendo seis de grande porte e quatro pequenas. Ainda temos convênio com a UFRRJ, o Governo do Estado do Rio, e uma universidade da Alemanha, que desenvolveu uma máquina para os pequenos produtores.
A Coagro fez e faz a sua parte investindo mais de R$ 25 milhões em equipamentos para corte de cana mecanizado (sem queima) e mais R$ 8 milhões na indústria (limpeza seco) para receber cana crua (sem queima). Acontece que temos três usinas na região. É preciso saber o que as outras estão fazendo, pois a nossa cooperativa está seguindo o que determina a Lei Estadual nº 5990/2011 que prevê a extinção gradativa da queima de cana.”
Hoje haverá reunião de representantes das indústrias e fornecedores com o Inea para debater o problema.