O Fim das Castanheiras de Guarapari
Desde a recente segunda-feira, 9 de julho, o mais famoso balneário do Espírito Santo vem sendo o ponto alto de uma polêmica. As inúmeras e centenárias castanheiras que dão sombra e um charmoso ar bucólico à Prainha, na Orla de Muquiçaba, começaram a ser arrancadas e um projeto de urbanização inicia-se. Populares não gostaram e o prefeito foi criticado de todo o jeito e forma.
A EXPLICAÇÃO TÉCNICA 
A secretária de Meio Ambiente e Agricultura, Thereza Christina, disse à FOLHA DE VITÓRIA,  que o corte dessa castanheira e de mais 13 árvores da orla estão autorizadas pelo Idaf e pela secretaria, porque segundo ela causaram danos aos moradores da região e prejudicam o projeto da orla e a mobilidade dos pedestres.

Eu sou engenheira agrônoma e tenho um zelo muito grande. Mas quando assumi a secretaria de meio ambiente, no inicio da gestão fui procurada pela presidente da associação de moradores e pescadores com um abaixo-assinado e uma solicitação da supressão de árvores que causaram prejuízos às casas e alguns moradores da região. Quando tivemos o projeto de revitalização da orla da prainha em mãos, procuramos imediatamente o Idaf que emitiu um laudo e fizemos uma comissão para avaliar as arvores e o parecer”, explicou.

Ainda segundo a secretária atualmente são dez Castanheiras, nove Palmácias, duas árvores da espécie fícus e um Flamboyã, mas nem todas serão cortadas. “Somente as que causavam danos aos moradores serão cortadas. Inclusive essa árvore que teve o seu corte paralisado hoje pela manhã está toda comida de cupim. Conhecendo o projeto da municipalidade nós fizemos a autorização da supressão e outras serão plantadas no lugar”, completou Thereza.

Presente na coletiva, a secretaria de obras representada pela engenheira civil e supervisora de obras públicas, Thalita Batista, explicou sete novas árvores serão plantadas no lugar das que foram suprimidas, já em tamanho adulto. “Vamos plantar árvores nativas como pata de vaca, ipê roxo e algodoeiro da praia. O projeto será construído dentro das leis de acessibilidade, com ciclovia ligada até a Praia do Morro”, disse. A orla tem a previsão de ficar pronta em dezembro deste ano.
A FOLHA ONLINE.ES TEM OUTRA VERSÃO
Depois das representações do deputado Estadual Enivaldo dos Anjos, Jorge Egbert Weytingh Júnior, da Ong Transparência Guarapari e do Vereador Denizart Luiz foi a vez do Instituto Nacional de Defesa ao Meio Ambiente (Idama) protocolar uma ação contra o corte das árvores da Prainha de Muquiçaba.


Moradores reivindicam a permanência das árvores da orla.
O documento solicita o cancelamento das licenças do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf) e da Secretaria de Meio Ambiente e Agricultura (Semag) que autorizam o corte de árvores centenárias na Prainha para adequação ao novo projeto urbanístico da orla. Além disso, o instituto pede que seja aberto um inquérito administrativo e civil.

“Pedimos por prazo determinado pelo MP, até que a população seja convencida e informada dos impactos ambientais na flora e fauna, pois a intensão ultrapassa a retirada, supressão de mais de 20 árvores”, disse o ambientalista e representante do instituto, Dr. J.B Freitas.

Ainda de acordo com a representação os cortes aconteceram sem comunicação prévia à população e por isso solicita que seja feito um estudo de impacto ambiental em um prazo de 20 dias. O relatório deve ser apresentado em audiência pública na Câmara de Vereadores.
BNB COM INFORMAÇÕES DA FV-FOLHA DE VITÓRIA e FOLHAONLINE ES

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