Violência não dá trégua, apesar da intervenção federal
23/06/2018 19:10 - Atualizado em 28/06/2018 14:44
Violência sem trégua I
Mais uma vez, a semana que passou foi marcada, além dos jogos da Copa do Mundo da Rússia, pelos casos de violência em Campos, principalmente na área de conflito em Guarus que hoje já é comparada até mesmo com a Síria. Nessa sexta-feira (22), um adolescente de 17 anos foi assassinado a tiros no Parque Santa Clara. Esse foi o terceiro homicídio registrado nessa semana na área, considerada uma das mais perigosas do interior fluminense. Somente neste ano, pelo menos 41 pessoas foram vítimas de violência nessa região de Guarus.
Violência sem trégua II
Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do estado apontam que desde o início da intervenção federal, em fevereiro — com 32.312 homens das Forças Armadas empregados em 18 operações integradas com as polícias —, houve aumento das mortes violentas e redução nos indicadores ligados à eficiência policial no período. De março a maio, os números de prisões em flagrante, cumprimento de mandados de prisão e apreensões de armas caíram no estado, na comparação com o mesmo período de 2017. Em Campos, a história não é diferente: os casos de homicídio, por exemplo, tiveram aumento entre fevereiro e maio deste ano, durante a intervenção, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Novo sistema I
Com o avanço do crime organizado no país, o governo federal aposta no Sistema Único de Segurança Pública (Susp) para tentar reverter o clima de insegurança que atinge a população. O novo modelo, que passa a vigorar em 11 de julho, visa colocar a União no comando das ações de segurança, integrar os esforços dos governos federal, distrital, estaduais e municipais, além de disponibilizar recursos para o combate à violência. Os resultados, segundo o governo federal, devem ser percebidos a partir de 2019.
Novo sistema II
Depois de sancionada pelo presidente Michel Temer, a nova política de segurança pública ainda tem etapas a serem cumpridas e deverá passar por um perío-
do de transição em todo o país. De acordo com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, em 2018 ocorrerão alguns avanços setoriais, com operações conjuntas.
Outros ares I
E a falta de segurança aparece ainda em outra estatística, divulgada nessa semana. Juntamente com a falta de perspectivas profissionais, o alto custo de vida e impostos elevados, a insegurança faz com que 19 milhões de jovens brasileiros, na faixa etária de 16 a 24 anos, queiram deixar o Brasil em busca de oportunidades no exterior. Portugal é o segundo principal destino, depois dos EUA. Em seguida estão Canadá, França, Espanha e Inglaterra.
Outros ares II
Os dados do Instituto Datafolha, que ouviu 2.090 entrevistados, mostram, ainda, que 50% das pessoas que têm entre 25 e 34 anos gostariam de abandonar o Brasil. Esse percentual cai para 44% na faixa de 35 a 44 anos e 32% para os que estão entre os 45 e os 59 anos. No grupo acima de 60 anos, o percentual é de 24%.
Reflexo I
A greve dos caminhoneiros, que tomou conta de quase todo o país, trouxe diversas consequências para a população, como a falta de combustíveis e o desabastecimento. Um mês depois da paralisação, os reflexos ainda podem ser sentidos no bolso do consumidor. De lá para cá, um tema que ganhou destaque nos noticiários foi o tabelamento do frete para quem trabalha no setor de transporte rodoviário de cargas.
Reflexo II
Publicada em 27 de maio, a Medida Provisória 832/2018 estabelece o valor do frete mínimo. A formulação da tabela de valores fixos fez parte do acordo entre o governo federal e representantes de caminhoneiros para tentar pôr fim à paralisação nacional, que durou 11 dias no último mês.

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