Em sabatina da UOL, Garotinho a governador, Judiciário e corrupção
12/06/2018 12:44 - Atualizado em 15/06/2018 18:34
Vai ter quarta prisão?
“O senhor foi preso três vezes. Vai ter uma quarta prisão antes da eleição?”, perguntaram na manhã de ontem (11) ao ex-governador Anthony Garotinho (PRP). Ele respondeu: “Olha, eu não sei”. Foi durante sabatina da UOL, Folha de São Paulo e SBT. O político de Campos teve um dia movimentado. À tarde, ele lançou sua pré-candidatura a governador no Clube de Regatas Boqueirão do Passeio, no bairro carioca da Glória. Lá, além da dinastia Garotinho, com Rosinha (Patri), Clarissa (Pros) e Wladimir (PRP), estiveram vereadores de Campos afastados pela Justiça na Chequinho, além de Brizola Neto (PPL), cotado para vice na chapa.
Vingança de Cabral?
Talvez pelo ingresso da UOL e Folha da São Paulo, a sabatina teve mais critério jornalístico do que as “entrevistas” de Garotinho ao jornalista Roberto Cabrini, no SBT — que depois abririam as portas da emissora às três reportagens bastante duvidosas sobre a Chequinho e a Caixa d’Água. Ainda assim, mesmo ontem o político da Lapa insistiu em dizer que as duas operações da Polícia Federal (PF), responsáveis por suas três prisões, teriam sido consequência das suas denúncias contra o ex-governador Sérgio Cabral (MDB) e a “gangue dos guardanapos”.
Origens: Chequinho e Caixa d’Água
Na verdade, a Chequinho nasceu das próprias assistentes sociais da última administração Rosinha em Campos. Elas denunciaram a falta de critérios para se aumentar de 12,5 mil para 30,5 mil os assistidos pelo Cheque Cidadão, num espaço de apenas três meses do ano eleitoral de 2016. Por sua vez, a Caixa d’Água nasceu das delações do empresário Ricardo Saud, da JBS, à operação Lava Jato, revelando do repasse de R$ 3 milhões de dinheiro não declarado às campanhas de Rosinha a prefeita, em 2012, e de Garotinho a governador, em 2014. Elas foram confirmadas pelo empresário campista André Luiz da Silva Rodrigues, o “Deca”.
Judiciário e corrupção (I)
Apesar da origem da Caixa d’Água na Lava Jato, Garotinho insistiu em repetir na sabatina que suas acusações não teriam a ver com a maior operação contra a corrupção do Brasil. “Meus casos são com a Justiça Eleitoral de Campos”, buscou minimizar. Porém, quando disparou suas acusações contra juízes, promotores e delegado federal responsáveis pelas duas operações e três prisões, o vídeo da sabatina foi providencialmente cortado, lendo-se apenas: “problemas técnicos, voltaremos em instantes”. Falando sobre corrupção, o ex-governador provocou: “tem empresário envolvido, tem político envolvido. Será que não tem ninguém do Judiciário?”.
Judiciário e corrupção (II)
Sobre a possibilidade de ser preso novamente, Garotinho foi questionado na sabatina: “O senhor pode acabar como o ex-presidente Lula? Ou seja, ser condenado agora pelo TRE, se o STF liberar a ação (recurso da condenação em primeira instância na Chequinho), ser preso e cair na Ficha Limpa?”. Aí, após indagar sobre a corrupção no Judiciário, o ex-governador respondeu: “Olha, eu acho difícil”. Ele pareceu confiante ao apostar na manutenção da suspensão do seu julgamento no TRE em decisão monocrática do ministro do STF Ricardo Lewandowski, conhecido pela defesa do garantismo com políticos acusados de corrupção.
Novos números
O instituto Datafolha divulgou, domingo, nova pesquisa presidencial. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado em segunda instância na Lava Jato e preso desde abril, lidera com 30%. Sem ele, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) aparece na frente, com 19% (2% a mais que no cenário com o petista). Entre os muitos pontos que podem ser analisados está o fato de Marina Silva (Rede) voltar a aparecer na frente de Ciro Gomes (PDT), respectivamente com 15% e 10% no cenário sem Lula. Semana passada, o DataPoder 360 apontou que, sem Lula, Bolsonaro liderava, mas Ciro aparecia à frente de Marina.
Críticas
E por falar na DataPoder 360, Bolsonaro tomou a pesquisa como referência ao tentar desqualificar os números mais recentes. Nas simulações para o segundo turno do Datafolha nos cenário sem Lula, Bolsonaro aparece empatado tecnicamente com Ciro (34% contra 34%) e Geraldo Alckmin (33% cada), ao passo que perderia de Marina Silva (32% contra 42%). O deputado venceria somente Haddad (36% a 27%), cenário bem diferente do apresentado pelo DataPorder360 nos quatro cenários considerados em um eventual segundo turno. Hoje, o Paraná Pesquisa tem sua mais nova sondagem liberada para divulgação.
Charge do dia
José Renato

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