Ponto Final - Silêncio de Clarissa sinaliza que Garotinho será candidato à Alerj
06/06/2018 13:33 - Atualizado em 11/06/2018 18:00
Folha, O Globo, Veja e O Dia
Segundo matéria publicada na segunda (04) em O Globo, o racha entre o prefeito do Rio Marcelo Crivella (PRB) e o ex-governador Anthony Garotinho (PRP) foi iniciada após uma entrevista do deputado federal Indio da Costa (PSD) à Folha da Manhã, publicada em 6 de agosto de 2017. A partir dela, afirmou o maior jornal fluminense: “Indio passou a se cacifar como candidato a governador de Crivella”. Assim, Garotinho teria sido preterido pelo prefeito do Rio. Na época, a polêmica iniciada na Folha já tinha sido repercutida pela Veja e O Dia. Após O Globo retomar o assunto na última segunda, ele foi tratado ontem nesta coluna.
Garotinho a deputado estadual?
Indio foi secretário do governo Crivella. Assim como a deputada federal Clarissa Garotinho (Pros). Há 10 meses, ela respondeu duramente as críticas ao seu pai feitas pelo colega na entrevista à Folha. Mas preferiu não fazê-lo agora. Após O Globo dar como descartada a aliança entre os Garotinho e Crivella, ontem a parlamentar se limitou em dizer à coluna: “não vou comentar”. O motivo seria relativamente simples: Clarissa não quer queimar pontes com Crivella, caso a disputa de Garotinho em outubro não seja o Palácio Guanabara, mas um mandato na Assembleia Legislativa do Estado.
Impossibilidade a governador
A única pesquisa até agora na disputa ao governo fluminense foi do instituto Paraná. Feita entre 4 e 9 de maio, nela o senador Romário (Podemos) liderou com 26,9% das intenções de voto; seguido do ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM), com 14,1%; de Garotinho (11,6%) e Indio (8,8%). O político de Campos, porém, lidera na rejeição: 71,9%. Em 2014, ele não foi nem ao segundo turno da última eleição a governador, quando sua rejeição era “só” de 48%. Portanto, parece impossível que consiga sê-lo agora, com uma rejeição 24 pontos maior, sem controlar a Prefeitura de Campos e após trocar um partido médio, o PR, pelo nanico PRP
Sobrevida
Conhecido pela capacidade de interpretar pesquisas e conjunturas, se Garotinho aceitar o que elas projetam para daqui a pouco mais de quatro meses, a candidatura a deputado estadual pode ser sua chance de sobrevida. Ele ainda tem densidade para se eleger à Alerj e formar nela uma grande bancada. Assim se fortaleceria, sobretudo no vácuo de Jorge Picciani (MDB). Daí a necessidade de não queimar pontes, pelo menos por ora, com o prefeito do Rio. Mesmo desgastado com o carioca, Crivella será player na eleição estadual. Até serem presos, Picciani e Paulo Mello (MDB) eram a prova de que a Alerj pode dar mais poder que o Palácio Guanabara.
Bolsonaro e Ciro
Ontem saiu um novo retrato da corrida presidencial. O portal Poder360 é pouco conhecido como instituto de pesquisa. Mas o resultado recebeu endosso após ser publicado pelo jornal espanhol El País. A consulta foi feita com 10.500 pessoas de 349 cidades do país, entre os dias 25 e 31 de maio, em plena greve dos caminhoneiros. A liderança de Jair Bolsonaro (PSL) foi confirmada, com 21% a 25% das intenções de voto. Foram seus maiores índices até agora. Mas a novidade ficou mesmo com o Ciro Gomes (PDT) na segunda colocação. Entre 11% a 12%, foi a primeira vez em que ele ficou à frente de Marina Silva (Rede), que anotou de 6% a 7%.
Voto de Lula migra
Na margem de erro de 1,8 ponto percentual para mais ou menos, Marina ficou embolada com Fernando Haddad (PT), de 6% a 8%; Geraldo Ackmin (PSDB), de 6% a 7%; João Doria (também PSDB), 6%; e Álvaro Dias (Podemos), de 5% a 6%. Em relação às pesquisas anteriores CNT, Paraná e Datafolha, os crescimentos de Ciro e de Haddad sinalizam que os eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão se conformado com sua não participação no pleito e já migram para outras opções de esquerda. O próprio Bolsonaro pode ter recebido parte deles, sobretudo no voto não ideológico do Nordeste.
Planalto na planície
Lula não entrou na pesquisa Poder360. Após 56 dias preso, ele ontem pareceu estar bem na sua primeira apresentação pública, em depoimento por vídeo como testemunha de defesa do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB). A queda de Marina, em relação às consultas anteriores, pode ser fruto da necessidade do eleitor em ter um opositor a Bolsonaro com o mesmo grau de assertividade — como é Ciro. A liderança de ambos foi antecipada no domingo, nas redes sociais de Campos, pelo especialista em finanças Igor Franco e o advogado Gustavo Alejandro Oviedo. Os dois são colaboradores do blog Opiniões, hospedado no Folha1.
Recorde no Açu
Foi batido um novo recorde pelo Terminal Multicargas do Porto do Açu (T-MULT), durante a operação de descarga de carvão do navio MV GOLF, para a Anglo American. A prancha atingida foi de 22 toneladas/dia, aumento de 7% sobre a operação anterior, feita com o navio MV Geraldine Manx. Prancha é o volume movimentado por dia, em média, de uma operação de carga e descarga de um navio. Quanto maior a prancha, maior o volume carregado e descarregado, gerando maior eficiência e menor tempo atracado do navio, otimizando os custos da operação.
José Renato

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