Na novela “Deus Salve o Rei”, da Globo, Débora Olivieri, 60 anos, vive Constância, uma abnegada mãe, que se compadece da falta de sorte da filha, Amália (Marina Ruy Barbosa), que encontrou seu príncipe/rei, Afonso (Romulo Estrela), mas não consegue ficar com ele. Na vida pessoal, a veterana atriz é só sorrisos. “Nunca pensei que nessa altura da vida ia encontrar um príncipe. Quando menos a gente espera, elas acontecem. Comigo aconteceu”, conta Débora, referindo-se ao agora marido, o holandês Ruud Dankers.
O encontro do casal daria um conto de fadas moderno, típico dos filmes de comédia romântica contemporânea. O ano era 2014, o bairro era Santa Teresa, no Rio. Uma das filhas de Débora a convenceu a criar um perfil em um aplicativo de encontros e namoros. “Não me interessava por esse tipo de encontro. Comigo funciona na base do olho no olho. Minha filha me ensinou como funcionava o aplicativo, não achei nada interessante. Um mês com aquilo desligado e em um domingo, comecei a olhar e vi aquele homem (Ruud). Meu Deus, que olhos. Rapidamente aprovei o perfil dele e deu 'match' (combinou, ele, do outro lado, também 'aprovou')”, lembra ela. O primeiro encontro não demorou para acontecer. Foi no dia 31 de março. “Foi tudo lindo. Ainda dei uma bola fora, ou quase. Quando voltei do banheiro, ele levantou para puxar a cadeira. Eu achei que ia me beijar e fui dar um beijo nele”, recorda-se, aos risos.
No segundo encontro, mais detalhes. Ele explicou que a mulher tinha morrido de câncer e que tinha jogado as cinzas dela no Jardim Botânico do Rio, um dos lugares que ela mais gostava. “Quando me contou essa história, caímos no pranto e nos abraçamos de soluçar”, conta. Desse tempo em diante, eles não mais quiseram saber de aplicativos e engataram namoro e, no dia 31 de março (o dia do primeiro encontro deles), de 2017, eles se casaram. Mas ele mora em Amsterdã, na Holanda, e ela aqui no Rio.
“Vou passar umas semanas lá quando a novela acabar. Ele já veio umas cinco vezes durante essa novela. Vou tentar abrir uma porta de trabalho em Portugal. O idioma holandês é muito difícil. Já em Portugal eu poderia trabalhar e intercalar com oportunidades aqui no Brasil também”, planeja.
Como Débora já tem seu príncipe-rei, ele faz questão de tratá-la feito uma rainha. “Ele abre porta do carro, é muito romântico. Fico orgulhosa da história que fomos construindo. Ele nunca teve filhos e recebeu minhas filhas muito bem”, diz feliz da vida. “Até o meu neto ele chama também de 'meu neto'”, acrescenta orgulhosa.
Quando o assunto é a trama de Daniel Ajafre, Débora bem que gostaria que sua personagem tivesse um final especial. “Imagina um príncipe no cavalo branco, ou um rei para ela?”, disse, eufórica. (A.N.)