Ménage à trois
- Atualizado em 14/06/2018 06:46
O jornalista e professor Fernando Silveira criou, nos anos 1960, o heterônimo João da Ega, mistura do célebre personagem do romance “Os Maias”, de Eça de Queiroz, e do não menos célebre personagem do conto “O Homem que Falava Javanês”, de Lima Barreto.
As suas crônicas saíam em A Cidade e havia quem o tomava pelo heterônimo, achando que ele, de fato, falava javanês ou que queria alardear conhecimento de uma língua oriental morta.
João da Ega era também uma forma de crítica ao contador de vantagem, sobretudo os mentirosos que relatam conquistas inverossímeis.
Quando o Automóvel Clube Fluminense recebeu misses de diversos países, João da Ega proclamou ter sido a pessoa que mais impressionou as beldades.
Alguém indagou de Fernando se havia transado com uma delas. Ele respondeu que, lamentavelmente, era brocha, mas que João da Ega, seu irmão siamês, chegou com elas a fazer “ménage à trois”.
O sujeito que fez a pergunta, sem saber naturalmente o que era irmão siamês, nem “ménage à trois”, ficou vendo navios...

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    Sobre o autor

    Saulo Pessanha

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