Exército em Campos sem general em Guarus, prefeitos e presidenciáveis
23/05/2018 13:11 - Atualizado em 28/05/2018 17:10
Exército em Campos?
Ontem, o secretário fluminense de Segurança Pública na intervenção federal no Estado do Rio, general Richard Nunes, não descartou o uso de tropas do Exército no combate ao crime no município de Campos. Como a manchete da capa da Folha ressaltou ontem, a visita ocorreu dois dias após à morte da adolescente Andreza Viana Costa no Hospital Ferreira Machado (HFM). Grávida e de 16 anos, ela estava no portão de casa, no Parque Cidade Luz, quando foi baleada no sábado, morrendo no dia seguinte com seu filho no ventre.
General não vai a Guarus
O homicídio de Andreza foi o 14º registrado em Campos só no mês de maio. Em 2018, já foram 104 assassinatos, 64 deles (61,5%) em Guarus, sem contar Travessão, Santa Maria e outras localidades mais distantes, mas também atendidas pela 146ª Delegacia de Polícia (DP). Como esta coluna relatou com detalhes em sua edição da última quinta (17), vários bairros à margem esquerda do Paraíba vivem uma verdadeira guerra civil, com origem no Parque Santa Rosa, numa disputa de facções criminosas pelo controle do tráfico de drogas. Ainda assim, após visitar o 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM) e a 134ª DP do Centro, o general-secretário não foi à 146ª DP de Guarus.
Planície no Planalto
Ontem (22), o prefeito Rafael Diniz (PPS) não pôde receber o general Richard Nunes na planície goitacá. Ele estava no Planalto Central, assim como as prefeitas de Quissamã e Carapebus, respectivamente Fátima Pacheco (Podemos) e Christiane Cordeiro (PP). O evento promovido na XXI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios contou com a presença do presidente Michel Temer (MDB) e de alguns pré-candidatos a substituí-lo nas eleições de outubro. Entre os presidenciáveis, compareceram ontem e falaram aos prefeitos a ex-senadora Marina Silva (Rede), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o senador paranaense Álvaro Dias (Podemos).
PCdoB ausente
Também pré-candidata a presidente, a deputada estadual Manuela d’Ávila (PCdoB) era esperada, mas não compareceu. Sua ausência ao evento dos prefeitos foi no dia seguinte ao seu partido soltar uma nota, intitulada “Vitória retumbante do povo venezuelano” e relativa à reeleição no último domingo (20) de Nicolás Maduro a presidente da Venezuela. Por denúncias de fraude, a eleição foi condenada pelo Brasil e outros 13 países do Grupo de Lima, entre eles EUA, Canadá, México, Argentina e Chile. Com uma inflação de 897,2% em abril e projetada em 14.000% para 2018, mais de três milhões de venezuelanos (10% da população) já deixaram o país.
Critérios, doutor?
Mesmo culpado pela ausência de comida, remédios e material de higiene que gerou grave crise humanitária na América do Sul, o regime venezuelano ainda coleciona defensores entre militantes de esquerda nos países vizinhos que recebem seus refugiados. Só no Brasil, já são 50 mil. Ontem, o deputado federal Whadi Damous (PT/RJ) comparou Maduro ao ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Como este ano é de campanha eleitoral também no Brasil e o deputado Damous já foi presidente da OAB-RJ, se ele vier a Campos, será o caso de se perguntar quais os critérios de direitos humanos defende. E se estes têm diferença quando aplicados a Venezuela ou ao Brasil.
Rafael gostou de Ciro
De Brasília, na noite de ontem, Rafael Diniz falou à coluna sobre quem falou no encontro nacional de prefeitos. Considerado de direita pela esquerda que apoia ou finge ignorar Maduro, o prefeito de Campos disse ter gostado mais de um nome progressista entre os presidenciáveis que palestraram: “Ressalvadas as questões partidárias e eleitorais que acontecerão lá na frente, o discurso de Ciro Gomes se mostrou muito técnico, firme e realista”. Hoje, estão programados para participar do evento os pré-candidatos a presidente Jair Bolsonaro (PSL), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB) e Guilherme Afif Domingos (PSD).
Cadeia Velha
A Justiça Federal deu início à instrução processual em ação que envolve o presidente afastado da Alerj, Jorge Picciani, e os deputados Paulo Melo e Edson Albertassi, os três MDB. Investigados na operação Cadeira Velha, eles são acusados de receber propina para garantir a aprovação de medidas em favor de empresas dos setores de construção civil e transportes públicos. Na primeira audiência, foram ouvidas duas testemunhas listadas pelo Ministério Público Federal (MPF).
José Renato

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