Morro do Itaoca carece de atenção
Jonatha Lilargem 26/05/2018 17:53 - Atualizado em 28/05/2018 14:33
Visto pelos campistas como o lugar ideal para relaxar, o Morro do Itaoca, também conhecido como Morro do Rato, é uma área que atrai turistas de diferentes regiões que querem apreciar a natureza, conhecer a fauna e a área de vegetação do local, além de praticar esportes e outras atividades. A Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra do Itaoca foi inaugurada em 2013 e o local é procurado para o lazer de muitas pessoas, porém a APA passou a sofrer algumas críticas devido a alguns problemas estruturais que surgiram com o passar do tempo.
Com uma extensão territorial de aproximadamente 16,5 km, o Itaoca fica a mais de 400 metros acima do nível do mar. Desta forma, quem escala o morro consegue ter acesso a uma vista panorâmica de uma grande parte da cidade. De acordo com o diretor de Fiscalização e Controle da secretaria de Desenvolvimento Ambiental, Roger Coutinho, cerca de 50 pessoas comparecem no local de segunda a sexta-feira e nos finais de semana o número se multiplica.
Apesar das belezas naturais, algumas reclamações têm sido feita por frequentadores do local. Eles pedem para que seja feita uma manutenção geral para que a APA esteja mais adequada para receber visitas. Para chegar ao topo do morro e ter acesso à visão panorâmica, é necessário escalá-lo e isso ficou bem mais fácil graças a um calçamento que foi feito, mas agora ele está cercado pelo mato alto, o que assusta os frequentadores. Diego Neves visita o morro sempre que pode, mas está preocupado com o futuro da área. “Gosto muito de vir aqui com minha família. Passamos horas curtindo e aproveitando. Venho praticar voo livre, gosto de escalar e fazer várias atividades, mas não sei como vai ser daqui para frente. Tem muita sujeira, os matos estão altos e tem perigos demais. Eu tomo muito cuidado onde piso”, disse.
Outro visitante é Heraldo Leite. Ele é universitário de Educação Física e pratica Downhill na área em quase todos os finais de semana. “Gosto muito da sensação de descer morros com a bicicleta. É incrível. Fico triste porque vejo a qualidade do morro caindo. O mato tomou conta daqui e está tendo muitos mosquitos. Também nos sentimos um pouco inseguros aqui. Não vemos guardas circulando”, afirmou.
Para o ambientalista Aristides Sofiatti, o local necessita de melhorias. “É tudo muito lindo, mas é necessário que os órgãos competentes tenham mais controle. Tem uma rampa para os que praticam asa-delta que está bem perigosa. Tem pessoas entrando na mata e praticando atos predatórios, e assim a fauna fica assustada. Tem muitas espécies que precisam ser cuidadas. A área precisa de mais proteção”, disse.
Sofiatti afirmou que a Prefeitura precisa dar mais atenção para o Morro do Itaoca, mas também falou que alguns visitantes estão destruindo o local. “Tem gente que joga muito lixo e isso só vai piorando a situação. Alguns fazem piquenique em lugares que não devem. Entram muitas pessoas ao mesmo tempo e a entrada deveria ser mais organizada. A falta de sinalização também deixa de conscientizar a população”, comentou.
Sávio Tatagiba, comandante da Guarda Ambiental de Campos (GAM), disse que os agentes do órgão vão com frequência no local e que a GAM tem objetivo de aumentar a segurança dos frequentadores. “Nós vamos à serra, uma ou duas vezes na semana. Depende de como está a situação. Sempre que somos solicitados, buscamos comparecer na área para dar apoio. Nosso patrulhamento não é maior no local porque não há tanta estrutura. Por exemplo, para o guarda ficar direto no morro, é preciso que haja recursos. Ele precisa de água e de um banheiro adequado. Também comparecemos no morro para fazer soltura de animais”, afirmou.
Frequentadores pedem acesso 
Para atender as pedidos dos frequentadores do Morro do Itaoca, a Prefeitura de Campos tem adotado medidas para melhorar a situação. Novas ações como roçada de vegetação e poda de árvores têm sido feitas no local. Através de nota, o Executivo informou que a secretaria de Desenvolvimento Ambiental, em conjunto com a Fundação Municipal de Esportes (FME) e o departamento de Turismo, busca firmar parcerias e captar recursos para realizar melhorias no local. “A secretaria está em entendimento com o Inea para que possa, também, reativar e mapear trilhas existentes na APA do Itaoca”.
Cabe ressaltar que a Ponte do Picadeiro, também conhecida como Ponte do Marimbondo, que era usada por muitos ciclistas que praticam esportes no Morro do Itaoca caiu no mês de março deste ano. Ela dava acesso à serra, mas estava com a estrutura bem danificada. No início de abril, a Prefeitura afirmou que irá reconstruir a ponte. O anúncio foi feito durante uma reunião realizada, na sede da FME. Um grupo de ciclistas também se mobilizou para arrecadar fundos para a construção de uma pinguela, como forma paliativa para melhorar o acesso. 

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