Tem muita gente comemorando a greve dos caminhoneiros. Alguns porque se sentem representados no enfrentamento de um governo que pouco ou quase nada trouxe de melhoria na economia destruída pelo governo que derrubou. Outros, porque estão cansados da corrupção dos políticos, esquecendo-se, talvez, que eles sejam o exato reflexo da sociedade que representam.

Alguns porque estão cansados dos aumentos do preço da gasolina, que chegou a incríveis R$ 5,00, esquecendo-se, talvez, que o motivo é a escalada do dólar frente ao real e do preço do petróleo e que o preço está na média internacional. Reflexo do cenário internacional, embora a desvalorização do real também sofra influência da instabilidade política que vem desde 2014 no Brasil.

Alguns pela imprevisibilidade dos preços dos combustíveis, que tem reajustes e mudanças de preço quase diárias, fazendo com que você nunca saiba onde abastecer e a que preço. Outros pelo desejo de vingança, uma vez que o governo que elegeram sofreu vários pressões até cair, por incompetência própria, e agora estão do outro lado da moeda.

O Brasil tem excessiva concentração no transporte rodoviário, que responde por 68% de nossa matriz de transporte, um exagero e desequilíbrio para um país de dimensões continentais, que pouco usa ferrovias e hidrovias. Os EUA tem 43% em transporte rodoviário, China tem 32% e Rússia 5%. Essa dependência, falha de todos os governos que aí passaram (tucanos, petistas e quetais), virou arma e parou o país.

As consequências da greve dos caminhoneiros e donos de empresa de transporte são para todos. Falta de tudo, nos supermercados, nos hortifrutis, nos hospitais, nos postos de combustíveis e vários outros estabelecimentos. Transportes coletivos e carros pararam por falta de combustível. Encomendas não chegam. Escolas fechadas. Todos são prejudicados.

E serão ainda mais, uma vez que o fraco e incompetente governo capitulou diante de uma classe e concedeu o céu e mais alguma coisa, embora houvesse alguns argumentos justos. O diesel voltará a ser subsidiado, erro grave já cometido no governo anterior, ao custo de R$ 9,5 bilhões só neste resto de ano. Ou seja, o governo pagará para veículos a diesel circularem, beneficiando inclusive donos de caminhonetes.

Em um país que já tem alta carga tributária, obrigatoriamente por lei, esses R$ 9,5 bilhões, gerados em benefício de uma única classe, serão cobrados de alguém. E será de você contribuinte. Em um país que gasta mais que arrecada desde que o governo Dilma arruinou a economia do país, que não tem saúde, nem educação pública com o mínimo de qualidade, o governo pagará para veículos circularem.

Parabéns aos envolvidos.