Minhas Lembranças de D. Terezinha Pereira
04/05/2018 00:42 - Atualizado em 04/05/2018 00:43
NinoBellieny
Eu sei que vou lembrar do seu sorriso, eu sei. Ele vinha na frente e à frente dele era impossível não sorrir também. Em cima, os olhos doces acompanhavam o gesto e tudo era um abraço afetuoso. Não houve pessoa que a conhecesse, não atingida por tanto carinho. As palavras embaladas em frases de incentivo completavam a atmosfera. Durante os anos em que trabalhei como locutor-operador da Rádio 97, ( A Rádio!), quando ela aparecia ocasionalmente nos estúdios era uma alegria e uma profunda reverência.
Nas festas de final de ano, a presença querida a movimentar o sorteio, a sorrir, sorrir muito.
Depois, encontrava-a uma vez por ano nas feijoadas da Folha da Manhã. Era a mesma festa do abraço respeitoso.
Veio a morte buscá-la um dia desses-sem-fim na memória de um abril estranho. Tomei ciência nas redes sociais e fui até a janela na esperança dos perdidos, tentar vê-la em alguma nuvem, mas ela foi direto sem escalas. Com aquele sorriso, D. Terezinha não precisava de passaporte e na bagagem espiritual levou só o melhor do vivido.
Eu sei que vou lembrar daquele sorriso, eu sei. Ainda não chorei, isso vai acontecer quando eu terminar esta crônica, acompanhado talvez das lágrimas de alguns leitores que sequer a conheceram, mas também e principalmente dos que tiveram a bênção de ter passado horas e anos ao lado dela.
Não olhei agora para o céu, nem preciso. A música a tocar na minha sala é o sorriso de D. Tereza. O brilho é forte como sempre foi e mesmo com as luzes apagadas, a casa se ilumina com a energia de mil hidrelétricas.
Itaperuna, Zero Hora e 30 minutos de sexta-feira, dia 4 de maio de 2018
Foto:ArquivoFamiliar
Foto:ArquivoFamiliar

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