"Marielle Vive!" no Centro de Campos
Verônica Nascimento 14/04/2018 11:53 - Atualizado em 16/04/2018 17:28
Verônica Nascimento
Com faixas e colagem de cartazes, representantes de diferentes movimentos sociais participaram do ato “Marielle Vive!” na manhã deste sábado, no calçadão do Centro de Campos. O objetivo, segundo Thayna Carvalho, do Coletivo Negro Mercedes Batista, é não deixar cair no esquecimento os assassinatos da vereadora carioca do Psol, Marielle Franco, e do motorista Anderson Gomes, que completaram um mês nesse sábado (14), e chamar a atenção para o que chamam de “genocídio da população negra no Brasil e em Campos”.
— No dia em Marielle foi executada no Rio, quatro jovens negros foram mortos em Guarus. Em Guarus, que chamam pejorativamente de “lado de lá”, jovens negros são assassinados diariamente e são mortes não questionadas, não reivindicadas. A cada 100 homicídios registrados no Brasil, 71 vítimas são negras. Entendemos que a morte de Marielle foi encomendada por ela ser mais um “corpo matável”, mulher, negra e bissexual — falou Thayna.
Segundo os manifestantes, pessoas negras são “corpos matáveis”. “A gente entende que o corpo negro é um corpo marcado, como se fosse um corpo matável, porque o Estado não se preocupa com a morte de pessoas negras, como a Marielle, cuja execução se deu por ser ela ser assumida como mulher ‘preta’, com um espaço político demarcado, denunciando o Estado pelas atrocidades praticadas contra minorias. Ela acabou sendo silenciada. Queremos cobrar do Estado a elucidação desse crime e chamar a atenção para esse problema”, concluiu.
Foram 13 tiros por volta das 21h da quarta-feira, 14 de março de 2018. Marielle e Anderson forma executados dentro do carro no bairro do Estácio, no Centro do Rio, se multiplicam homenagens à vereadora, enquanto a polícia segue com poucas respostas sobre o caso. O Disque-Denúncia já recebeu 99 ligações. 

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