O delegado da 146ª Delegacia de Guarus, Luís Maurício Armond, participou, nessa quarta-feira (18), de uma palestra sobre a intervenção federal na Segurança Pública no Estado do Rio de Janeiro. Durante o evento, realizado na OAB de Campos, Armond disse que o grande problema na elucidação dos homicídios na área de Guarus é localizar os culpados e afirmou que houve “o acirramento da briga de facções”.

— Estamos trabalhando na apuração, tanto que 90% dos homicídios nós temos os autores, sabemos quem são eles. O problema está em localizá-los. O que podemos afirmar é que houve o acirramento da briga de facções, uma pessoa em especial foi presa e implementou uma filosofia de ataque a outra facção que não recuo e investiu aproveitando a prisão dessa pessoa, talvez para aumentar o ponto de venda de drogas e determinadas questões passionais sobre informações dadas ou não estão sendo adotadas, infelizmente familiares estão sendo assassinados porque os filhos tem envolvimento com o tráfico de drogas, mas tudo isso está sendo apurado — declarou o delegado.

O Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgou, nesta semana, os dados da criminalidade no Estado do Rio no primeiro trimestre do ano. Segundo o ISP, foram 65 homicídios em Campos neste período, oito a mais do que o mesmo período do ano passado. A área de jurisdição da 146ª DP registrou 35 homicídios a mais que a 134ª DP (Centro de Campos).

O presidente da OAB Jovem, Eduardo Linhares, disse que as palestras organizadas pelo setor tem como finalidade qualificar os advogados. “A intervenção federal é um tema importante e atinge de forma direta a população. E o delegado Armond é uma pessoa que tem uma experiência no assunto e pode ajudar muito”.

Para o delegado a intervenção está apenas começando. Ele garante que as ações vão diminuir o índice de assassinatos no Estado. “Diminuir os índices de criminalidade demanda ações que ainda estão sendo implementadas. O Exército ainda está se ambientando com relação à Segurança Pública. Eles vivem para proteger a segurança nacional, que tem outra forma de agir. Acredito que eles ainda estão planejamento coletando dados e buscando de alguma forma prática que ainda vai demorar” disse o delegado. 

A violência em Campos fez mais uma vítima fatal. Morreu, no final da noite da última terça-feira, no Hospital Ferreira Machado (HFM), em Campos, um jovem de 20 anos baleado na cabeça na comunidade do Sapo I, no Novo Eldorado, em Guarus, na última segunda-feira. Enquanto isso, também em Guarus, um adolescente de 17 anos foi baleado no final da manhã dessa quarta-feira na avenida Teresópolis, no Parque Guarus.

Na última segunda-feira, o caso aconteceu na Rua 17, por volta de 5h20. A vítima estava em uma padaria no momento em que foi atingida por um tiro. De acordo com a Polícia Militar, o suspeito do crime é um homem que fugiu do local sem ser identificado. Com a vítima, foi encontrada uma faca de serra, mas a PM não soube informar para que o objeto seria utilizado.

Na quarta, a Polícia Militar informou que o adolescente de 17 anos foi atingido por um tiro nas costas. O jovem foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado para o HFM. Segundo a assessoria da unidade, a vítima está lúcida e passou por exames médicos. Ambos os casos foram registrados na 146ª DP (Guarus).

Em meio à intervenção federal na Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, mais um assassinato foi registrado na região. Desta vez, o crime aconteceu em Macaé. Um homem, que ainda não teve o nome e a idade divulgados, foi morto com vários tiros no final da noite da última terça-feira. O crime aconteceu na rua Nelson Correia Brum, no Parque Aeroporto, por volta das 23h, perto de uma igreja.

A Polícia Militar informou que a vítima andava pela rua no momento em que foi baleada. Quando agentes do Corpo de Bombeiros chegaram, o homem já estava sem vida. Os criminosos fugiram em uma moto de modelo e cor não anotados, ainda segundo informações dos policiais militares, que disseram, também, que foram acionados após denúncia anônima pelo Disque Denúncia. No entanto, testemunhas não souberam dar detalhes sobre a motivação do crime.

De acordo com a PM, até o momento, ninguém foi preso. O crime é investigado na 123ª Delegacia de Polícia (Macaé). O corpo foi removido para o Instituto Médico Legal (IML) da cidade.