Jovem com criança escapa de execução por bandidos no Santa Helena
Daniela Abreu 13/04/2018 16:00 - Atualizado em 16/04/2018 16:57
Rodrigo Silveira
Policiais do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM) salvaram, ontem, uma jovem de 18 anos de ser executada, no dia do seu aniversário,na rua Dois do Parque Santa Helena, no local conhecido como Matinha. Ela estava com o sobrinho de 3 anos. Eles foram mantidos em cárcere, por cerca de 15 homens e dois deles a espancaram e disseram que estariam aguardando ordem para executá-la. No cárcere, ela teria recebido ligações do marido, um jovem de 20 anos que cumpre pena no presídio Carlos Tinoco da Fonseca. Ele seria o mandante do crime. O motivo: uma tatuagem com o nome do filho dos dois, a qual ele queria que tivesse o nome dele. A jovem conseguiu ligar para a irmã, que acionou a PM. Ela foi levada para o Hospital Ferreira Machado (HFM), onde ficou em observação. A criança não sofreu ferimentos.
Segundo a PM, a jovem contou que morava com o marido, no local onde ocorreu o crime. Após a prisão dele, ela foi morar com a irmã, no bairro da Coroa. Ontem, ela foi até a casa onde morou, buscar o cartão de vacinas do filho. Ela deixou o filho com a irmã e levou o sobrinho. Quando estava dentro do imóvel, os homens teriam invadido o local e a espancado. Depois da tortura, os homens teriam ficado vigiando, enquanto aguardavam a ordem de execução.
Ainda de acordo com a PM, a vítima também relatou que, após o espancamento, o marido teria ligado e dito que aguardava somente a ordem do chefe do tráfico do Santa Helena para executá-la. Antes do crime ele também teria ligado e dito que ela ganharia um presente. Os dois teriam discutido porque ele não teria gostado de saber que ela tinha feito uma tatuagem com o nome do filho deles, um menino de sete meses, em vez do nome dele. Ela foi espancada por dois, dos cerca de 15 homens, com pedaço de pau e barra de ferro. A jovem teve os braços feridos, um deles fraturado, e foi encontrada com um ferimento no local da tatuagem, na coxa esquerda.
Os policiais contaram que em algum momento, ainda não definido, ela teria conseguido despistar os bandidos e ligado para a polícia. Sem sucesso, ligou para a irmã, que acionou a PM e ainda foi até o HFM, solicitar ajuda do policial de plantão. Três equipes foram enviadas ao local e a suspeita dos agentes é que os bandidos teriam sido avisados e deixado o local de cativeiro. A vítima ligou para o 190 e passou as coordenadas exatas do local em que estava. O menino de três anos foi encontrado ileso, deitado em uma cama, no quarto. Ela foi levada, pelos policiais militares para o HFM.
O caso foi encaminhado para registro na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) e um agente chegou a ir ao hospital tomar o depoimento da jovem.
Sobre a comunicação livre do marido da vítima, que seria o mandante do crime, durante cumprimento de pena em regime fechado, sob a responsabilidade do Estado, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que “a atual gestão, que assumiu no final de janeiro, determinou que as inspeções sejam realizadas diariamente e de forma sistemática e aleatória. O fortalecimento da Corregedoria com um trabalho integrado junto à Superintendência de Inteligência é outra medida, que visa a garantir a segurança do sistema penitenciário”.

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