Denúncia contra Aécio é julgada hoje:propina de R$2mi da exterminadora de animais JBS
17/04/2018 14:02 - Atualizado em 17/04/2018 14:12
Por: Coletivo Vegano (publicado originalmente aqui, no Medium do Coletivo Vegano)
O Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta terça-feira (17), com início às 14h, uma denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que é acusado de corrupção e obstrução da Justiça, em investigação derivada da delação da JBS. Se a denúncia for aceita nesta terça-feira, Aécio se tornará réu no STF pela primeira vez e responderá a processo pelos crimes nos quais é investigado. Aécio é acusado de receber, no mínimo, R$2 milhões em propina, de Joesley Batista, da JBS (empresa que é a maior exterminadora de animais do mundo!), em troca de favorecer a JBS politicamente e defender interesses do grupo. Aécio afirma que essa grana era para pagamento de advogado, mas a Polícia Federal afirma que esses R$2 milhões não chegaram ao advogado do tucano.
Além de Aécio, são investigados: sua irmã, Andréa Neves; seu primo Frederico Pacheco; e o assessor de Zezé Perrella (senador dono do helicóptero com meia tonelada de pasta-base de cocaína – “Helicoca”).
Nesse processo de investigação da JBS, executivos do grupo disseram ao Ministério Público que, em 2014, pagaram, no mínimo, R$60 milhões em propina para Aécio. De acordo com informações relacionadas às denúncias, Aécio teria ajudado na liberação de créditos de R$12,6 milhões de ICMS da JBS Couros e dos créditos de R$11,5 milhões de ICMS da empresa “Da Grança”, adquirida pela JBS na compra da Seara. Também existem informações de que a JBS ajudou na compra de partidos para entrarem na coligação de chapa candidata à presidência, encabeçada pelo PSDB (chapa derrotada por Dilma Rousseff).
A colaboração dos funcionários do frigorífico foi confirmada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF. De acordo com relatos aos procuradores, nesse histórico de escândalos, a JBS emitiu uma série de notas fiscais frias a diversas empresas indicadas pelo senador; e um primo de Aécio, Frederico Medeiros, teria sido indicado para receber valores em espécie.
A sujeira envolvendo o grupo que assina o maior extermínio de animais do mundo parece não ter fim. Além desse valor de no mínimo R$60 milhões pagos em propina, a JBS também chegou a afirmar que, após a campanha de Aécio para a presidência, em 2014, o frigorífico "vendeu um imóvel superfaturado por R$ 17 milhões a pessoa indicada por Aécio, com o fim de fazer chegar a Aécio o dinheiro". O pagamento, segundo a delação, por meio de transferência bancária.
Os executivos da empresa relataram também que em 2016 o senador pediu mais um valor de R$ 5 milhões.

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    Thaís Tostes

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