Obras de Rosinha com "10% para Garotinho"
Suzy Monteiro 16/03/2018 22:53 - Atualizado em 19/03/2018 17:18
Ex-governador Garotinho
Ex-governador Garotinho / Folha da Manhã
Um empresário ouvido quinta-feira (15) na audiência das testemunhas de acusação do caso Caixa d’água afirmou que 10% do que era faturado nas obras realizadas na gestão Rosinha tinham que ser devolvidos. Segundo José Joaquim Gomes Ribeiro de Castro, as informações eram que os 10% seriam para as campanhas políticas de Anthony Garotinho. A Folha tentou contato com Garotinho, mas não obteve retorno. Na audiência, a defesa pediu a revogação da prisão do casal Garotinho e dos demais réus, o que foi negado pelo juiz. Todos continuam em liberdade graças a liminar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O empresário relatou como ocorria, segundo ele, a divisão de obras na Prefeitura de Campos. Ele disse que havia um direcionamento das obras, às vezes por parte do governo, outras através de sorteio.
Questionado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) sobre como ocorreu à contratação da empresa para a construção da quadra poliesportiva do Colégio Maria Lúcia, ele contou que tinha obras que vinham com indicação direta da Prefeitura para as empresas e outras sorteadas. Todas as empresas que eram filiadas ao sindicato, disse José Joaquim, participavam dos sorteios para que houvesse um rodízio.
Ainda segundo o empresário, dois ou três dias depois de faturadas, os telefonemas cobrando começavam e quem apanhava o dinheiro era Toninho (Antônio Carlos Ribeiro da Silva, policial civil aposentado, apontado pelo Ministério Público Eleitoral e pela Polícia Federal como braço armado do grupo liderado por Garotinho, segundo as investigações). Toninho também é réu na Caixa d’Água.
Na audiência, a defesa dos réus pediu a revogação da prisão em função do fim da oitiva das testemunhas de acusação. O MPE disse não haver problemas quanto a isso, no seu entendimento, mas o pedido foi negado pelo magistrado. Ralph Manhães destacou a gravidade dos fatos e, ainda, as ameaças relatadas por duas testemunhas antes da deflagração da operação, em 22 de novembro do ano passado.
Na ocasião, além do casal Garotinho, também foram presos o ex-secretário de Controle e Orçamento de Campos, Suledil Bernardino, o advogado e ex-subsecretário de Governo, Thiago Godoy, o empresário Ney Flores Braga, o policial civil aposentado Antônio Carlos Ribeiro da Silva, o Toninho, o presidente nacional do PR, Antônio Carlos Rodrigues, e seu genro, Fabiano Rosas Alonso.
Rosinha saiu através de Habeas corpus obtido no TRE uma semana após a prisão. Os demais, no Supremo Tribunal Federal (STF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

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