O setor de petróleo volta ao jogo e aposta na política de investimentos. Nessa segunda-feira (12), o presidente da Petrobras Pedro Parente anunciou a instalação de 13 novas plataformas de petróleo na Bacia de Santos, oito das quais serão operadas pela estatal até 2022. Esse número elevará a produção de petróleo a 2 milhões de barris/dia. Além dessas, mais seis estão previstas para outras bacias, como a de Campos. Porém, o sinal de alerta fica para o Estado do Rio de Janeiro. Os holofotes estão voltados aos campos em São Paulo, hoje o segundo maior produtor de petróleo do país. Para o superintendente de Petróleo, Ciência de e Tecnologia de São João da Barra, Wellington Abreu, notícia de investimento é sempre comemorável, mas o recado é claro para o Rio de Janeiro sobre a necessidade de unir forças: “o estado não é mais soberano”.

— Não me causa espanto quanto ao anúncio de investimentos em novas plataformas para a Bacia de Santos, até porque, são os campos em alta produtividade no momento e esse fato alerta mais a região. A organização da Associação Comercial de Santos que cria uma Câmara Especial de Petróleo e Gás para desenvolver a Baixada Santista buscará as parcerias necessárias (municípios vizinhos, governo estadual e federal) afim de conquistarem uma base offshore de apoio a indústria petrolífera. Hoje o estado de SP cresce rapidamente e já é o 2º maior produtor do País — destaca Abreu.

Segundo ele, “o Porto do Açu está em São João da Barra e é hoje o maior empreendimento privado. Tem a capacidade de impulsionar o desenvolvimento de toda região Norte Fluminense, e como a prefeita Carla Machado sempre diz, ninguém cresce sozinho. Estão previstas mais seis plataformas para Bacia de Campos que é uma ótima notícia, porém foi dado o recado ao Rio de Janeiro de que nosso Estado não é mais o “soberano” quando se trata de petróleo e sua indústria. Temos que unir forças e ir em busca de melhores atrativos para atrair as subsidiárias”.

O superintendente de Petróleo lembra que tramita atualmente o Projeto de Lei 3660/2017 na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que pode deixar todo o estado em desigualdade atrativa para com outros Estados da Federação. “A Ompetro se posicionou representando os municípios produtores, e em conjunto com o Governo do Estado, Firjan e Abespetro, esperamos bons resultados. Estamos no começo da nova era do Petróleo e o Brasil está por se transformar na Capital do Petróleo” da América Latina! É urgente irmos em busca do que pode ser nosso, temos direito e capacidade para isso.”

Em São Paulo, o anúncio aconteceu durante o evento ‘Implantação de Base Offshore como alavanca do desenvolvimento regional’, organizado pela Associação Comercial de Santos. Para Parente, a retomada dos leilões é essencial para a evolução do projeto. “Existir a demanda é fundamental e, por isso, a retomada dos leilões pelo Governo foi importante”, disse ele. (D.P.P.)