1001 Noites de Desconforto
30/03/2018 00:39 - Atualizado em 30/03/2018 00:40
Artigo de Glênio Fernando Daniel
Sou usuário dos ônibus da 1001 há vários anos e sempre tenho buscado resolver os problemas nas minhas viagens, todas as 2ª e 4ª feiras no percurso entre Itaperuna e Niterói e vise versa, conversando diretamente com os motoristas. Infelizmente a repetição dos fatos e o descaso com os usuários me levam a escrever e divulgar este texto para que seja entendido por todos que a temperatura de conforto para o ser humano é de 24º Celsius na humidade relativa entre 50 e 60%. Fora destes parâmetros é DESCONFORTO e prejudicial à saúde humana.
Para aqueles que ficam imóveis, como é o caso dos passageiros noturnos, que dormem durante as 7 horas de duração da viagem entre estas cidades, a temperatura de conforto passa a ser entre 25º e 26º, para a mesma umidade relativa. Isto posto, pergunto aos responsáveis pelo gerenciamento da empresa, por qual razão os passageiros se veem obrigados a transportar acolchoados, cobertores, casacos, vestir ceroulas, toucas, bonés e capotes para suportar tais viagens nos ônibus da 1001? Além disso, por qual razão todos os passageiros ao sentarem em seus acentos fecham, imediatamente, as saídas do ar condicionado acima de suas cabeças?
Eu mesmo respondo: porque a empresa não se preocupa em orientar seus motoristas e mostrar a eles que a temperatura a ser ajustada no termostato é de 24º ou 25º e não 18º, 19º, 20º, 21º, 22º ou 23° como é a regra nessas viagens. Nunca vi 24º no painel! Outra questão: quando na serra de Teresópolis o ar externo está abaixo de 18º o ar é aquecido no interior ou esfria mais ainda? Os equipamentos instalados são do tipo reversível, frio/calor?
A título de oferta e sendo necessário, me prontifico a ministrar uma palestra sobre conforto térmico já que ministrei disciplinas afins na UniRedentor e será para a minha pessoa uma oportunidade de divulgar estes conhecimentos elementares, que se bem entendidos não mais causarão desconforto e consumo de eletricidade e de combustível desnecessário.
É uma prática muito corriqueira o uso inadequado do ar condicionado em inúmeras residências do nosso país, onde se ajusta uma baixa temperatura, 20º, por exemplo, e dorme-se com cobertores, pijamas de flanela em pleno verão de Itaperuna ou Niterói. Quanto desperdício! Sim desperdício, pois o equipamento vai virar a noite toda para chegar aos 20º, se é que chegará, depende da sua capacidade de refrigeração para aquele ambiente. O relógio de consumo de energia vai girar em disparada, quando o ideal seria o compressor entrar e sair mantendo os 24º de conforto e as pessoas dormirem com apenas um lençol e pijama de cambraia.
Fiquei o fim de semana acamado tal foi o desconforto que me causou e última viagem e nesta madrugada do dia 20/03 o mesmo se passou de Niterói para Itaperuna. Apesar de ter falado com o motorista que a temperatura de conforto é 24º ele manteve o termostato em 22º e disse que ninguém tem reclamado. No meu entendimento os 22º lhe dão conforto ali na frente, mas os passageiros que se ferrem... tossindo, espirrando num desconforto insuportável até o fim da jornada.
Considerando que o monopólio da empresa 1001 nos obriga a em seus ônibus viajar, espero que orientações técnicas corretas sejam repassadas aos motoristas e que nas próximas viagens o CONFORTO para com os passageiros seja respeitado. Haja vista, que ninguém em sã consciência paga uma viagem para passar frio, sair dela revoltado e doente, como tem sido o meu caso nas últimas viagens no trajeto Niterói – Itaperuna – Niterói. Tal DESCONFORTO todas as semanas estão me fazendo cogitar em desistir da minha atividade como Coordenador do curso de Engenharia Mecânica da UniRedentor. O que, convenhamos, é um absurdo!
Glênio Fernando Daniel
 Eng. Mec.

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    Nino Bellieny

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