E você seria salvo?
- Atualizado em 26/03/2018 11:46
 
Duas estórias e uma reflexão...
No ventre de uma mulher grávida estavam 2 bebês. O primeiro pergunta ao outro: 1.Você acredita na vida após o nascimento? 2.Certamente. Algo tem de haver após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde. 1.Bobagem, não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida? 2.Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca. 1.Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: A vida após o nascimento está excluída - o cordão umbilical é muito curto. 2.Na verdade, certamente há algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui. 1.Mas ninguém nunca voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão. 2.Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós. 1.Mamãe? Você acredita na mamãe? E onde ela supostamente está? 2.Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria. 1.Eu não acredito! Eu nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que não existe nenhuma. 2.Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la cantando, ou sente, como ela afaga nosso mundo. Saiba, eu penso que só então a vida real nos espera e agora apenas estamos nos preparando para ela...
A outra estória é de um empregado em um frigorífico da Noruega.
Certo dia ao término do trabalho foi inspecionar a câmara frigorífica. Inexplicavelmente, a porta se fechou e ele ficou preso dentro da câmara. Bateu na porta com força, gritou por socorro mas ninguém o ouviu, todos já haviam saído para suas casas e era impossível que alguém pudesse escutá-lo. Já estava quase 5 horas preso, debilitado com a temperatura insuportável. De repente a porta se abriu e o vigia entrou na câmara e o resgatou com vida. Depois de salvar a vida do homem, perguntaram ao vigia: Porque foi abrir a porta da câmara se isto não fazia parte da sua rotina de trabalho? Ele explicou: Trabalho nesta empresa há 35 anos, centenas de empregados entram e saem aqui todos os dias e ele é o único que me cumprimenta ao chegar pela manhã e se despede de mim ao sair. Hoje pela manhã disse “Bom dia” quando chegou. Entretanto não se despediu de mim na hora da saída. Imaginei que poderia ter-lhe acontecido algo. Por isto o procurei e o encontrei… Pergunta: Será que você seria salvo?
A violência e a intolerância têm dominado o mundo. Observe como elas estão ao seu redor, nos noticiários da televisão, nas páginas dos jornais e das revistas, nas conversas em rodas de amigos. Impotentes que nos sentimos diante de sua escalada, recorremos às leis – contratos firmados entre os homens para regular a convivência em sociedade. Uns passam a defender a pena de morte, um maior rigor na aplicação das normas, a antecipação da maioridade penal, etc. Buscamos proteção e sequer percebemos que pouco contribuímos para alcançá-la. Os males que nos afligem decorrem de nossa natureza individualista. Queremos sempre mais. Mais posses, mais bens, mais exposição. Mais coisas quantificáveis, palpáveis, que possam ornamentar uma parede ou serem vistas sobre um móvel de mármore. E, em contrapartida, temos menos carinho, companhia, afeto. Beijamos poucos e abraçamos menos ainda. Todo jovem, em algum momento de sua vida, nutre a utopia de construir uma sociedade mais justa, onde as diferenças socioeconômicas sejam abrandadas. Ele sabe de sua força e da importância de suas ações para obter esse feito. Mas a idade adulta nos visita e passamos a acreditar que a humanidade não pode ser salva e que uma atitude pontual é suficiente para surtir efeito. Aqui reside a grande quebra de paradigma. São as pequenas ações individuais, tomadas coletiva e sucessivamente, a gênese da transformação. Lembro-me de um provérbio chinês que diz: Antes de iniciares a tarefa de mudar o mundo, dá 3 voltas na tua própria casa. Este processo contínuo e envolvente é chamado de Espiral da Ética. A imagem da espiral remete a algo flexível e em constante movimento ascendente. E a ética invoca aos preceitos morais que habitam com naturalidade nosso íntimo. Alimentamos esta Espiral da Ética através de nossos comportamentos e atitudes. Poderíamos desfilar aqui muitos exemplos, mas você poderá fazer sua própria lista e começar a colocá-la em prática imediatamente. O Poder da Gentileza nos torna conscientes e nos faz agir em direção a práticas mais nobres e menos superficiais. Você encontrará sua essência, a paz e a calma que tanto merece. Ao fazer isso por você, estará fazendo por todos nós. Blaise Pascal gênio da matemática, inventor da máquina de calcular e filósofo nos diz: “O espírito de gentileza nunca ganhou centralidade, por isso somos tão vazios e violentos. Hoje ele é urgente. Ou seremos gentis e cuidantes ou nos entre devoraremos.” Embora insistamos em acreditar que a essência de nossa busca deva ser por “coisas”, no fundo, nada mais desejamos – genuinamente – além de felicidade, o que, definitivamente, não está nas “coisas” e sim na relação que mantemos com as pessoas. É isso que pode realmente nos fazer sentir satisfeitos, preenchidos e em paz! Pois: Cego é aquele que é incapaz de enxergar outro mundo. Mudo é aquele que é incapaz de dizer palavras amáveis no momento certo. Pobre é aquele que é atormentado por ambição desmedida... e Rico é aquele cujo o coração está em paz!
E você seria salvo?
Com afeto,
Beth Landim

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    Elizabeth Landim

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