Interrogatório marcado para o dia 21 no DF
Aldir Sales 08/02/2018 10:56 - Atualizado em 09/02/2018 15:02
Ricardo Saud
Ricardo Saud / Marcelo Camargo/Agência Brasil
O juiz Ralph Manhães, responsável pelo processo da operação Caixa d’Água em Campos, marcou para o próximo dia 21 de fevereiro o depoimento do delator e ex-executivo da JBS, Ricardo Saud. O juízo da 18ª Zona Eleitoral de Brasília foi oficiado para realizar o interrogatório, assim como os advogados de todos os réus do processo. Também ontem, Ralph definiu para o dia 15 de março, às 13h30, a segunda audiência no Fórum de Campos para ouvir mais testemunhas de acusação. Na última terça-feira, outras quatro testemunhas, entre elas o delator e principal peça da investigação, o empresário André Luiz Rodrigues, conhecido como Deca, foram interrogadas pelo magistrado, promotora do Ministério Público Eleitoral e advogados.
Durante o depoimento, Deca afirmou que o ex-governador Anthony Garotinho exigiu uma “contribuição” de R$ 1 milhão de cinco empresários em forma de caixa dois para sua campanha a governador em 2014. André Luiz relatou, ainda, que ele não teria esse dinheiro, mas que um dos empresários e também réu na ação, Ney Flores, teria intermediado um contrato de fachada com uma das suas empresas, a Ocean Link, com a JBS, no valor de R$ 3 milhões. No entanto, contou Rodrigues, ele teria sido intimidado pelo policial civil aposentado Antonio Carlos Ribeiro, o Toninho, utilizando até mesmo arma de fogo para que o dinheiro fosse entregue para a campanha de Garotinho.
O delator disse também que o advogado e ex-subsecretário de Governo, Thiago Godoy, seria um “telefone sem fio” para negociação das dívidas da Prefeitura com Deca e dos valores atrasados de “contribuições” do empresário. Ele relatou, ainda, que todas as pessoas envolvidas na tal reunião se referiam a Garotinho como “chefe” ou “líder”.
Enquanto isso, a desembargadora Cristiane de Medeiros Frota, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), negou um pedido do presidente nacional do Partido da República, Antonio Carlos Rodrigues, e do seu genro, Fabiano Alonso, para suspender a ação penal. Eles alegavam que Ralph Manhães deferiu a inclusão de uma testemunha do Ministério Público a menos de 48 horas da audiência, mas Frota rejeitou qualquer tipo de nulidade no ato. Antonio Carlos e Fabiano são acusados de serem intermediários entre a JBS e a Ocean Link, para repasse do dinheiro ilícito.
Além de Garotinho, Ney, Toninho, Antonio Carlos, Alonso e Godoy, também são réus no processo a ex-prefeita Rosinha Garotinho e o ex-secretário de Governo Suledil Bernardino. Todos chegaram a ser presos preventivamente durante as investigações, mas foram beneficiados por habeas corpus nas instâncias superiores e respondem em liberdade.

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