Garotinho: Se o povo votar errado nesta eleição, vai ser uma tragédia
O ex-governador Anthony Garotinho (sem partido) dedicou boa parte da sua agenda desse sábado (24) ao município de São João da Barra. Pela manhã, ele concedeu entrevista à emissora comunitária Barra FM. No ar por mais de três horas ininterruptas, entre perguntas dos locutores da rádio e da população de forma geral por telefone, Garotinho repetiu velhos discursos de perseguição, criticou o prefeito de Campos, Rafael Diniz (PPS), falou que ainda tem vontade de ser presidente da República, que pretende disputar o Palácio Guanabara em 2018 e, como sempre, não deixou de mirar os responsáveis pelas investigações da operação Chequinho. À tarde, em reunião na sede do município, cerca de 100 pessoas estiveram no encontro que debateu, além do pleito deste ano, a concretização de um grupo político de oposição tendo em vista a eleição de 2020: “O povo não pode errar nessa eleição. Se o povo votar errado, vai ser uma tragédia”, afirmou. O deputado estadual Bruno Dauaire (PR), o ex-prefeito Betinho Dauaire (PR), os vereadores Franquis Areas (PR) e Eziel Pedro (MDB), o suplente de deputado estadual Kaká (Avante), o pré-candidato Wladimir Garotinho, e os ex-secretários municipais sanjoanenses Mário Rocha Filho e Pedro Nilson Berto compuseram a mesa durante o encontro.
Em sua fala, Betinho afirmou que a reunião representava “um reencontro, um projeto político em que começa a se pensar o futuro” da cidade. Dauaire enalteceu ainda a figura de Wladimir, o apontando como responsável pelo fato de SJB ter um deputado com domicílio eleitoral no município. Discurso que também foi entoado pelo filho e deputado Bruno. O parlamentar também destinou críticas ao governo Carla Machado (PP), no que ele chama de mesmo modelo de gestão implantado no município desde 2005. “A mesma oposição que levantamos aqui, é a que levantamos no Governo do Estado: mais saúde, mais educação, mais segurança, melhorias no transporte”, observou.
Condenado em primeira instância na Chequinho, Garotinho afirma que terá condições jurídicas de concorrer no pleito deste ano. Para o ex-governador, a sentença será anulada pelo Tribunal Regional Eleitoral. Cabe salientar que, até o momento, as Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) originadas da Chequinho que chegaram à Corte regional tiveram as condenações mantidas. No caso de Garotinho, a condenação é em Ação Penal. Além da Chequinho, que o levou para prisão por duas vezes, o ex-governador também é alvo da operação Caixa d’água, na qual foi preso em novembro do ano passado.
Garotinho confessou aos correligionários que tem sido questionado por diversas vezes sobre o porquê de disputar o Palácio Guanabara, ao invés de tentar uma eleição que seria, teoricamente, mais simples, como a de deputado ou senador. “Eu gosto de desafio. Não estou atrás de um cargo, estou atrás de um sonho: de reconstruir o estado que eu nasci”. Com relação ao futuro partidário, o político afirmou que não pretende apoiar nenhum candidato à presidência da República, e que dialoga com as legendas nesse sentido, em busca de uma que abrigue seu grupo político no Rio, sem a obrigatoriedade de declarar apoio a um dos presidenciáveis.
Com relação ao município de São João da Barra, Garotinho pontuou sua atuação enquanto governador, e na continuidade, com a esposa Rosinha Garotinho, para que o Porto do Açu fosse implementado no município. Porém, todas as mazelas ligadas ao Porto foram creditadas a um dos seus desafetos, o ex-governador Sérgio Cabral (MDB), preso dede novembro de 2016. Sobre a prefeita de São João da Barra, Carla Machado, Garotinho afirmou que “nunca brigou com ela”. Mas o afastamento se deu, segundo ele, pelo fato de ela não atender mais suas ligações no início do mandato e ter “preferido seguir” o grupo político de Cabral.

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    Arnaldo Neto

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