Para Irmã Suraya
26/02/2018 21:40 - Atualizado em 26/02/2018 21:41
 ... Menina que nasceu a Rua Direita com o azul do mar da praia de Imbetiba, em Macaé, como cenário a te embalar os sonhos. O azul que sempre nos conduz ao infinito... ao infinito da sua bondade, ao infinito da sua persistência, ao infinito da sua fé, ao infinito da sua coragem e de sua sempre bela juventude... Quando jovem, a caçula dos seus sete irmãos era a graça e alegria do lar de Alzira e Jorge Chaloub... Família grande, família unida, família cheia de vida... “No conforto do seu lar, há fartura de carinho e a cortina da janela é o luar, mais o sol que bate nela... Basta pouco, pouquinho pra alegrar uma existência singela... É só amor, pão e vinho e um caldo verde, verdinho a fumegar na tigela.”
Em sua juventude aceitou o chamado de sua vocação. Sua sensibilidade religiosa... seu amor à educação e sua identificação com o projeto pedagógico de Dom Bosco, aliados ao desejo de um projeto de serviço a uma causa maior, levaram-na a absolutizar a vida religiosa, missionária em favor da educação da juventude. Ao invés de cruzar os braços, estendeu as mãos aos jovens, as muitas famílias, renunciando o convívio diário com a sua própria família. Mãos que agregam, mãos que escrevem história, mãos que fazem acontecer, que lutam junto com as nossas mãos, que indicam caminhos... Mãos que constroem sonhos...
“Sonhar mais um sonho impossível, lutar quando é fácil ceder, vencer o inimigo invencível, negar quando a regra é vender. Sofrer a tortura implacável, romper a incabível prisão, voar num limite improvável, tocar o inacessível chão. É minha lei, é minha questão. Virar este mundo, cravar este chão, não me importa saber, se é terrível demais. Quantas guerras terei que vencer por um pouco de paz. E amanhã se este chão que eu beijei, for meu leito e perdão, vou saber que valeu, delirar e morrer de paixão. E assim, seja lá como for, vai ter fim a infinita aflição e o mundo vai ver uma flor, brotar do impossível chão.”
Felizes os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática. Lucas 11, 28. Seu exemplo de vida, de ternura, de fé e de olhar sempre à frente do seu tempo, descortinando horizontes, nos faz seus eternos aprendizes! Hoje celebramos sua vida com alegria e felicidade, com a mesma intensidade que você semeou, colheu e plantou ao longo de sua caminhada. Você, Ir. Suraya, dedicou grande parte de sua vida a educação e a juventude da nossa Campos dos Goytacazes. Se entregou de corpo e alma a nossa “Casa” e aos seus vários projetos que foram crescendo com a contemporaneidade do tempo... Contemporaneidade... palavra que marca muito sua personalidade, pois você sempre alinhou contextos e tempos com a maestria de antever o tempo futuro, isso implica em ter sensibilidade e ousadia para desbravar o novo. Somos um exemplo de seu amor ao próximo, de extrema dedicação em alavancar a cultura de nossa região e compartilhar conhecimento, sabedoria e caráter humanitário a quantos mais possamos atingir. Suas palavras firmes e macias nos enchem como o azul daquele mar, aquele lá de Imbetiba, que nos trouxe você para cá. E assim vamos colorindo e escrevendo a vida... Essas tintas sempre fortes e suaves que você imprime em nossas vidas já se tornaram aquarelas em muitos de nós, que carregamos em nosso íntimo um pouco do seu colorido. Ao seu lado sabemos que os anjos existem! Mas existem aqui na terra! Mensurá-la pelos títulos, cargos, conquistas... é muito pouco diante da grandeza do seu SER...
Assim, como o bom pastor, você dedica a sua vida pela obra Salesiana, pelo jovem, pelo próximo, por acreditar sempre que a vida é o maior dom de Deus e é bonita, é bonita e é bonita! Como nos diz a música de Gonzaguinha, nós ficamos com a bondade de sua alma e as respostas de seus ensinamentos sempre sábios. Que Deus lhe dê muita saúde e paz, que continue a iluminar o seu caminho, para que possamos através de sua luz refletir a nossa existência de eternos aprendizes, pois as mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar... e é este olhar que recebemos da senhora e amorosamente devolvemos.
“Se todos fossem iguais a você, que maravilha viver... Uma canção pelo ar, uma mulher a cantar, uma cidade a cantar, a sorrir, a cantar, a pedir a beleza de amar... como o sol, como a flor, como a luz. Amar sem mentir nem sofrer. Existiria verdade, verdade que ninguém vê, se todos fossem no mundo iguais a você.”
Desejo a você neste dia, dia de celebrar sua vida, que você sinta cada vez mais a presença do inexplicável, que tantas e tantas vezes nos faz sentir. O inexplicável que às vezes se torna invisível, pois carrega consigo muito de sentimento. O inexplicável que traz o invisível que se contrapõe ao inexistente e é esse invisível e esse inexplicável que você nos passa sempre, com seu jeito único de ser, menina, mulher, espiritualizada, sempre jovem e ousada, nos afetando cotidianamente como gotas de óleo a perfumar e embalar como bálsamo os nossos dias.
Com afeto,
Beth Landim

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    Elizabeth Landim

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