No caminho da Folha da Manhã, o Bar Doce Bar
- Atualizado em 16/01/2018 07:08
Minha história com a Folha da Manhã é antiga. Não tem os 40 anos de idade do jornal. Mas está perto disso. Imagino que alcance 38 anos — leia-se do ponto de partida, ou seja, de quando a Folha surgiu aos dias atuais. Sim, porque não fui do grupo pioneiro na redação. Vim depois. No início de 1978, quando a Folha foi às bancas, eu concentrava forças para tão somente tocar o Bar Doce Bar, então no auge da noite de Campos.
O Doce Bar (que montei com o amigo José Carlos Azevedo) tinha uma clientela refinada. Era frequentado por boêmios, universitários, intelectuais, jornalistas. Muitos. Abria por volta das 19h e tocava, quase sempre, até o surgir do sol. E eu virava a noite junto. Bebia com a clientela, trabalhando sobretudo a parte musical — de muita música popular brasileira, indo de Cartola a Mário Reis, passando por Caetano Veloso, Chico, Edu Lobo, Paulinho da Viola, Gonzaguinha. Eu cuidava da música porque o bar tinha a parte de atendimento ao público entregue a Edmur, uma figura extremamente querida e competente, que, por sinal, era um compositor de mão cheia. Foi campeão de alguns carnavais em Campos, fazendo samba enredo.
Ainda houve uma época que conciliava o comando do Bar Doce Bar com o trabalho em A Notícia. Mas ficou puxado. Daí que dei um tempo na profissão de jornalista. Virei dono de bar. Mas não por muito tempo. Em 1980, já casado, e sem estar atrelado ao comando do Bar Doce Bar, atendi a convite, já feito antes, de Aluysio Cardoso Barbosa. E ingressei na Folha. Não tinha como recusar o chamamento.
A minha relação pessoal e profissional com Aluysio era ótima. Retroagia aos fins dos anos 1960, quando, aos l9 anos, ingressei em Notícia, então propriedade de Hervé Salgado Rodrigues. Ali, na redação comandada por Aluysio, com a militância de Prata Tavares, Eduardo Augusto, Péris Ribeiro, Moacir Fonseca, José Cunha Filho, comecei a carreira de jornalista. Mas tarde, a redação ganhou Ângela Bastos, Celço Cordeiro, Sérgio Escovedo (Sergei), Elmar Martins, José Amado Henriques, Moacir Cabral, Martinho Santafé, Maurício Guilherme, Edmilson Borges, Joel Melo, Júlio Luiz Guiton, Paulo Pires, Ricardo André Vasconcelos, Ricardo Tavares (Pratinha),Francisco Alves (Chicão) e muitos outros companheiros ao longo dos anos.
Na Folha da Manhã, tive idas e vindas, por motivações diversas. O meu retorno ocorreu em 1988. Voltei para retomar o projeto “Folha Rural”, um sucesso editorial nos primeiros anos do jornal. Mas acabei na Editoria de Política porque o ano era de eleição municipal. A troca, a partir do acompanhamento das ocorrências paroquiais, possibilitou que lançasse dois livros sobre causos envolvendo políticos e afins. E muitas dessas histórias, como tantas outras que me chegam, sobre o lado cômico dos nossos representantes no Executivo e no Legislativo, vão sendo publicadas nas colunas que faço

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    Saulo Pessanha

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