Ecos de Temer no Porto do Açu são diferentes das ruas
29/12/2017 10:13 - Atualizado em 02/01/2018 14:23
Ecos de Temer no Açu
Quem observou a impressão deixada pelo presidente Michel Temer (PMDB) junto aos representantes das classes empresariais e políticos presentes na solenidade no Porto do Açu, na última quarta-feira, concluiu que o problema de Temer é com as ruas, menos com os ambientes em círculos fechados. A avaliação de Temer é ruim, embora já tenha sido pior e a tendência é que possa melhorar, caso haja uma melhora nos indicadores da economia. Essa evolução será fundamental para a reforma da Previdência. A força de Temer no ano que vem – assim como a chance de aprovar a reforma–, será tão grande quanto a capacidade de fazer os parlamentares acreditarem que ele fará seu sucessor.
O peso da caneta
Afirmar que Temer detém o poder e controla uma boa parte do Congresso é relativo. Pode chegar a hora em que a caneta não será suficiente. Lembremos o caso de Dilma Rousseff (PT), que igualmente promovera uma despudorada distribuição de cargos e verbas. Sem resultado, porque chegou uma hora em que não se acreditava mais que seu governo iria se sustentar. Se o governo estiver caindo de podre, de que vale receber um cargo de um presidente que está em seu fim? Passa por aí a tentativa de Temer de aprovar a reforma da Previdência.
Chance zero
Hoje, a chance de reeleição é próxima de zero. Até porque a base aliada ainda não tem candidato. Ah, sim, Henrique Meirelles (PSD) quer entrar no páreo, mas também depende do desempenho na economia, que por sua vez depende da reforma, segundo avaliam fontes do Planalto. Caso não sinalize perspectiva de continuidade, Temer se enfraquece. Então, a reforma se torna mais improvável.
“Trouxas”
A propósito, é curiosa uma análise do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), sobre as chances do governo em 2018. Em entrevista à Folha de São Paulo, Maia defendeu que a base aliada de Temer deve se articular em torno de um candidato que defenda as reformas e a agenda do governo, mas não se vincule ao presidente. Em síntese, o cara vai para as ruas tratar de defender o que o governo faz, sem defender o governo em si ou o presidente. Maia deve pensar que o eleitor é um trouxa, um tolo ou algo parecido...
Euforia e preocupação
Em curtíssimo tempo, o Goytacaz foi da euforia à extrema preocupação. Depois da volta triunfal que teve Nova Friburgo como palco no acesso à Série A, o Alvianil vive agora um momento crucial neste indigitado torneio seletivo do Estadual da Série A. Na verdade, ganhou mas não levou. Trata-se de uma disputa que nada mais é do que uma prova de descaso e falta de respeito para com os clubes do interior, especialmente se tratando de instituições centenárias como o popular e tradicional time da rua do Gás.
Dívidas
Por um outro lado, o Goytacaz mergulhou em dívidas que impedem o seu desenvolvimento por sucessivas administrações que marcaram pela incompetência e outras coisas. A ponto de perder parte de seu patrimônio e se ver ameaçado de ter outra parte comprometida. A manutenção do estádio Ary de Oliveira e Souza, o Aryzão, em pleno Centro, não é tarefa das mais fáceis.
Coisas de Garotinho
Em mais uma tentativa de desviar o foco dos motivos que os levaram à prisão, o ex-governador Anthony Garotinho (PR) finalmente revelou o conteúdo do suposto bilhete que ele diz ter recebido quando chegou à cadeia de Benfica, no Rio. No dia 1º de dezembro, Garotinho prestou depoimento à delegacia de Bonsucesso, onde contou sobre o recebimento do tal manuscrito. O papel, segundo o político, o alertava dos possíveis riscos de ficar em Benfica, mas ele não quis revelar o conteúdo ao delegado que investiga o episódio da suposta agressão dentro da cela.
“Amigo oculto”
Passados 28 dias do episódio, Garotinho publicou, ontem, em seu blog, a foto de um pedaço de papel rascunhado que ele afirma ser o tal bilhete. Nele, a mensagem diz para o ex-governador ter cuidado e que Sérgio Cabral, também preso em Benfica, teria pedido para “dar um jeito” nele. Difícil acreditar em quem já foi condenado por compra de votos e é alvo de delações premiadas em diversos seguimentos, como Odebrecht, JBS e a GAP e ainda conta a história de que foi agredido dentro de uma cela solitária durante a madrugada. Quem seria esse misterioso mensageiro? Em tempos de amigo oculto, Garotinho parece ainda não ter descoberto o seu.
José Renato

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