Mostrando a importância do Porto do Açu para o país, Michel Temer (PMDB) se tornou, ontem, o terceiro presidente da República a visitar o empreendimento, no litoral de São João da Barra. Antes dele, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff também estiveram no local. Temer criou a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) e discursou: “Sobrevoei o Complexo Portuário do Açu e verifiquei as potencialidades deste empreendimento que conecta o capital nacional com o capital estrangeiro. A criação desta ZPE, viabilizada pela conjuração de esforços governamentais pelo desenvolvimento, possibilitará ainda mais progresso para a região”.

O presidente falou também que a reforma da Previdência deverá ser aprovada em fevereiro, após a volta do recesso parlamentar. Ele afirmou que, se ela não acontecer agora, terá que ser muito mais dura e todos os futuros candidatos ao governo e ao Congresso terão que tocar no assunto, porque serão cobrados sobre ela. Temer disse, ainda, que a reforma não atingirá as camadas mais pobres da população, aconselhando aos que ganham acima de R$ 5.531,31 — teto da Previdência — a fazerem uma Previdência Privada para complementar.

Temer afirmou ainda que, passada a reforma da Previdência, o governo vai propor uma simplificação das leis tributárias. Em discursos recentes, o presidente já havia feito referência a essa medida. Ele não deu detalhes do que será a proposta, mas afirmou que será o fechamento do “ciclo reformista” de seu governo. “Logo após a Previdência, faremos uma simplificação tributária no país (...). Nós vamos desburocratizar fazendo uma simplifcação tributária. Com isso, vamos fechar o ciclo reformista no país”, afirmou.

O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) não se furtou em elogiar os esforços de Temer para ajudar o Rio de Janeiro. “Agradeço aos empreendedores que vieram para essa região e possibilitaram que ela seja, hoje, um oásis para o Brasil. Quero fazer um agradecimento especial ao presidente Temer, que, com seu entendimento e diálogo, nos ajudou a encontrar a saída para a crise, um caminho para que o Estado do Rio chegue ao final de 2018 de cabeça erguida. Também agradeço muito à Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) pela parceria. Sem parcerias não vamos a lugar nenhum”, afirmou.

Já o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, lembrou que a área da ZPE é “uma das regiões mais ricas do Rio e, talvez, do país, mas que, com o tempo, foi perdendo vitalidade”. “Esse empreendimento encontra ambiente cultural e social muito apropriado e alinhado com o que estamos vendo hoje aqui. Sem dúvida, este será um dos maiores portos do Brasil”, acrescentou, destacando a criação de empregos que deverá ser gerada com as indústrias que vão se instalar na região.

Entre outros políticos e autoridades presentes no encontro, o deputado federal Júlio Lopes (PP) foi citado em todos os discursos mesmo não utilizando a palavra durante o evento de lançamento da ZPE. O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, por exemplo, destacou a importância do parlamentar para a criação da ZPE. “O Júlio Lopes ligava dia sim e dia sim para viabilizar os prazos e todos os procedimentos para a Zona de Processamento de Exportação”, afirmou.

A prefeita de São João da Barra, Carla Machado (PP), comemorou a criação da ZPE e aproveitou o encontro com o presidente Michel Temer para pedir a construção da ferrovia Rio-Vitória e duplicação da BR-356, visando o escoamento da produção e maior segurança e fluidez no trânsito.”A ZPE é um projeto que, associado a uma série de outras políticas públicas pode promover o desenvolvimento econômico e social, a geração de emprego e renda, capacitação de mão de obra, atração de investimentos diretos, cadeia de fornecedores, inovação tecnológica e outros objetivos e resultados favoráveis”, disse.