Lula inicia por Campos sua caravana no estado do Rio
06/12/2017 11:44 - Atualizado em 14/12/2017 18:12
Ponto Final
Ponto Final / Ilustração
Lula em Campos
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não se furtou em desafiar mais uma vez o juiz Sergio Moro, que o condenou a 9 anos e seis meses de prisão por corrupção passiva. Depois de passar por Campos, a caravana do pré-candidato à presidência vai percorrer outras cidades do estado. “Depois vou para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. E depois eu vou lá para Curitiba, vou fazer a minha caravana lá na cidade do Moro”, disse o petista, que também afirmou a inocência no conhecido caso do triplex do Guarujá. “Desafio Moro, Ministério Público e Polícia Federal a encontrarem alguma prova contra mim”.
Compromisso
Em outro momento, Lula assumiu como compromisso de campanha voltar a investir em financiamentos públicos dos bancos estatais com sociedade mista. “O povo trabalhador precisa voltar para a economia. O BNDES vai voltar a ser banco público, a Caixa Econômica vai voltar, o Banco do Brasil vai voltar”. É inegável que com Lula o Brasil viveu o momento econômico mais próspero da sua história, mas é preciso ter cautela quando se fala principalmente no BNDES. Vale lembrar que foi através de diversos financiamentos questionáveis que deixaram um rombo de aproximadamente R$ 184 bilhões no banco.
Crítica
Durante o discurso na praça do Liceu, Lula não citou nomes ao criticar os governantes fluminenses pela crise econômica. No entanto, antes de deixar o Espírito Santo rumo a Campos, o ex-presidente esteve em Cariacica na manhã de ontem, onde se referiu a política estadual como uma das causadoras do elevado índice de violência no Rio. “A violência do Rio de Janeiro sempre existiu e está muito mais violenta agora porque primeiro, que todos os governantes estão presos, o presidente da Assembleia (Jorge Picciani); segundo porque a Petrobras está pagando a metade do que pagava, os servidores públicos estão três ou quatro vezes sem receber, mais de 1,4 milhão de pessoas desempregadas”, justificou.
Educação na mira
Antes de viajar para Maricá, onde dá sequência a caravana, Lula se encontra hoje com reitores de importantes instituições públicas de ensino de Campos, como o Instituto Federal Fluminense (IFF), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). Educação foi o tema mais comentado pelo ex-presidente durante o discurso no Liceu. Ele destacou a importância histórica do campista Nilo Peçanha, que criou as primeiras escolas profissionalizantes do país em 1909 quando chegou à presidência. Uma delas, inclusive, foi a Escola de Aprendizes Artífices de Campos, sua terra natal, que hoje se tornou o IFF.
Baixou o nível
O ministro Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) disse que não crê em uma possível vitória do pré-candidato Jair Bolsonaro (PSC) nas eleições de 2018. Para o ministro, o ex-presidente Lula venceria sem dificuldades se os dois se enfrentarem num segundo turno. “Se pegar dez Bolsonaros e espremer, não cabe em um pires. As ideias dele...” A resposta veio no estilo Bolsonaro: “Não quero ser deselegante, mas as ideias dele [Aloysio] transbordam de um vaso sanitário. Eles, o sistema, preferem qualquer um do que eu. O PSDB estará com Lula caso ele vá para o segundo turno”, declarou Bolsonaro à mesma emissora.
Família unida
A família Vieira Lima continua unida na Bahia. O deputado federal Lúcio Vieira Lima e o seu irmão e também ex-ministro Geddel Vieira Lima foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República, por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Também foram denunciadas a mãe dos políticos, Marluce Vieira Lima, os ex-secretários Job Brandão e Gustavo Pedreira e o empresário Luiz Fernando Machado. A denúncia é consequência das investigações a partir da apreensão de R$ 51 milhões em um apartamento em Salvador. Para os investigadores, não há dúvidas de que o dinheiro é resultado de práticas criminosas como corrupção passiva e peculato.
Colisão
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, vai mesmo bater de frente com o ministro Gilmar Mendes. Ela decidiu recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar a decisão de Mendes que determinou, pela terceira vez, a soltura do empresário Jacob Barata Filho, dono e sócio de várias empresas de ônibus no Rio. Além de pedir que o empresário volte à prisão, Raquel sustentou que Mendes não poderia decidir sobre a questão porque um outro habeas corpus sobre a matéria foi distribuído ao ministro Dias Toffoli, que chegou a pedir parecer da PGR sobre o caso.
José Renato

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