Ex-secretário nega esquema
14/12/2017 11:24 - Atualizado em 14/12/2017 18:05
Francisco Esquef
Francisco Esquef / Folha da Manhã
Acusado de participar de fraudar um contrato de R$ 850 milhões nos Correios quando ocupava cargo de diretor financeiro na estatal, o ex-secretário de Finanças no primeiro mandato de Rosinha Garotinho (PR) na Prefeitura de Campos, Francisco Esquef, negou todas as acusações. A investigação que ocorre no Tribunal de Contas da União (TCU) foi revelada na última terça-feira pela revista Carta Capital. A publicação destacou que Esquef foi exonerado em 2011 “por causar um rombo nas contas, razão de seu indiciamento em maio de 2015, pelo promotor Marcelo Lessa, como responsável a merecer castigo”. No entanto, o ex-secretário afirmou que todos os esclarecimentos já foram feitos ao Ministério Público e que nunca existiu nenhum rombo.
— Esse pretenso rombo do passado não existiu. Todo esse material já foi encaminhado ao Ministério Público, onde já foi elucidado — afirmou.
Em outro momento, a reportagem da Carta Capital diz que “enquanto cuidou do caixa campista, (Esquef) facilitou uns pagamentos à Odebrecht, a pedido do marido da prefeita, Anthony Garotinho, conforme delação de um dos executivos criminosos da empreiteira, Leandro Azevedo”. Porém, o ex-secretário relatou que apenas liberava os pagamentos de serviços realizados com autorização de outros órgãos. “O relacionamento que ele (Leandro Azevedo) poderia ter com o prefeito e o marido da prefeita, não me diz respeito. Mas o que acontece é que todos os pagamentos foram feitos a partir de empenhos da secretaria de Controle e dos ordenadores de despesas. Quando chega na Fazenda, o que tem que fazer é verificar se a documentação está correta e se tem dinheiro, tem que pagar. Se o trabalho foi feito, paga. Essas duas questões não me preocupam em nada, pois são questões já vistas e passadas. Eu sou de Campos e não é legal ver o nome da gente estampado de maneira indevida. Na medida em que se tem acesso às informações, vemos que não tem procedência (a denúncia)”, disse.
De acordo com a denúncia, os Correios fariam uma sociedade com a empresa de tecnologia Nexxera no valor de R$ 850 milhões. Segundo a revista, o preço do contrato também seria de oito vezes a receita anual da firma catarinense em 2015 e 2016 e que a Nexxera teria oferecido “propina” a Esquef, “bem como a participação futura recorrente de 15%” das cotas da sociedade.
Em nota, a Nexxera afirmou que não haverá o aludido pagamento de R$ 850 milhões por parte dos Correios. “Em verdade, a Nexxera será remunerada somente após o início da prestação do serviço. Em outras palavras, não há a possibilidade de déficit para os Correios com tal contrato. Ele primeiro recebe e, do que recebeu deduz o valor a pagar à Nexxera. Entendemos que a mídia deve ser livre e espontânea, porém, também responsável com a apuração e divulgação da verdade dos fatos”.
Os Correios também negaram qualquer irregularidade e destacou que “para garantir transparência, por iniciativa da própria direção dos Correios, o assunto foi levado previamente aos órgãos de aprovação (TCU e CGU), por meio de apresentações que expuseram ações que visam à modernização da empresa frente ao mundo digital”.

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