Último ato de Lula em Campos
No último compromisso da Caravana Lula pelo Brasil em Campos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concedeu uma entrevista exclusiva, na manhã desta quarta-feira (6), à Rádio Continental, do Grupo Folha, e depois visitou o campus Centro do Instituto Federal Fluminense (IFF), onde se encontrou com reitores de universidades locais. Lula foi recebido por alunos, professores e militantes e discursou para o público. Também houve protestos e um manifestante flagrado durante o discurso do petista na praça do Liceu na noite da última terça-feira com um símbolo de um grupo de ligações fascistas chegou a ser detido pela Guarda Civil Municipal depois de uma confusão com militantes de Lula. Também durante da visita, um estudante levantou um caderno onde estava escrito “Bolsonaro 2018”.
Ao lado do reitor do IFF, Jefferson Manhães, e de figuras políticas do PT, como o senador Lindbergh Farias, o deputado federal Luiz Paulo e do presidente municipal do partido, Rafael Crespo, Lula destacou a importância do investimento em Educação. “É investimento público. Não existe na história um país que se desenvolveu sem investir em Educação”, disse o ex-presidente, criticando ainda a situação das universidades no estado do Rio de Janeiro. “As universidades federais estão todas caindo aos pedaços porque os políticos não se preocupam, porque os filhos da maioria deles não estudam no Brasil”, ressaltou.
Lula chegou a Campos na última terça-feira, quando realizou um ato público na praça do Liceu para cerca de 2 mil pessoas. Os organizadores falam em 4 mil presentes e a Polícia Militar não realizou nenhuma estimativa de público. Esta é a primeira vez que o ex-presidente tem uma agenda oficial na planície goitacá desde 2007, quando também esteve no IFF, mas para a inauguração do campus de Guarus. Cerca de 300 apoiadores do também pré-candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSC). Os dois grupos trocaram insultos e a PM precisou fazer um cordão de isolamento para evitar confrontos.
Detido tinha o símbolo de Ação Integralista
Durante a visita de Lula ao IFF, um manifestante pró-Bolsonaro foi detido pela PM depois de uma confusão como militantes do ex-presidente. O rapaz, identificado nas redes sociais como Matheus Rocha, foi flagrado na última terça-feira com um cartaz onde estava um símbolo da Ação Integralista Brasileira (AIB), organização política nacional inspirada no fascismo italiano fundada em 1932. Em 15 de agosto de 1937, um comício integralista acabou com o massacre de 15 pessoas, entre integralistas e civis depois da intervenção da polícia. O movimento integralista se voltou ao governo de Getúlio Vargas depois do golpe do Estado Novo, em 37, quando Vargas decretou o fechamento de todos os partidos políticos, inclusive da AIB.
Nas redes sociais, Matheus justificou a detenção por ter o celular “roubado” por um manifestante pró-Lula e que, depois disso, ele teria imobilizado o militante petista.
Entrevista repercute na imprensa nacional
A entrevista exclusiva de Lula à Rádio Continental, do Grupo Folha, ganhou imediata repercussão nacional em alguns dos principais meios de comunicação do Brasil. O jornal “O Estado de S. Paulo” destacou quando Lula afirmou que “o maior problema do Brasil não é a Previdência”.
Já o portal Uol publicou a parte em que o ex-presidente diz que “leio todo dia que já estou condenado”, enquanto o Jornal do Brasil abriu manchete para: “Acho que Moro é surdo e não ouve o que eu falo”.
A entrevista também foi repercutida em meios especializados em economia, como o InfoMoney e Valor Econômico, e também na mídia segmentada, como Carta Capital e Brasil 247.
